“Esta é uma boa notícia para o país em geral e para o Turismo em particular, já que os jogos que venham a ser realizados em Portugal irão com certeza trazer muitos adeptos e turistas internacionais”, refere o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, numa resposta escrita enviada à Lusa, congratulando-se, assim, com o anúncio feito hoje pela FIFA, mas apontando também uma “má notícia”.

É que, reforça, faltam “apenas sete anos” para o evento e ao dia de hoje Portugal ainda não tem uma decisão sobre o aeroporto complementar ao de Lisboa.

“Tendo em conta as não decisões políticas e a lentidão do processo de definição da localização do novo aeroporto, poderemos não ter ainda uma nova infraestrutura aeroportuária para melhor receber todos aqueles nos visitem. Ao menos que este grande evento sirva para acelerar o que já devia ter sido decidido. Há muito que dizemos que o novo aeroporto é urgente. Não houvesse tantos atrasos e indecisões e poderíamos receber um Mundial de futebol com um aeroporto condigno para fazer face às necessidades”, afirma.

O Campeonato do Mundo de futebol de 2030 vai ser organizado por Portugal, Espanha e Marrocos, anunciou hoje a FIFA. Portugal estreia-se em Mundiais, depois de ter recebido o Euro2004, a Espanha o Euro1964 e o Mundial1982, enquanto Marrocos acolheu a Taça das Nações Africanas (CAN) em 1988.

Em 27 de abril, a comissão técnica que está a estudar a expansão da capacidade aeroportuária de Lisboa anunciou nove opções possíveis para o novo aeroporto, que incluem as cinco definidas pelo Governo mais Portela + Alcochete, Portela + Pegões, Rio Frio + Poceirão e Pegões.

Uma resolução do Conselho de Ministros, aprovada no ano passado, definiu a constituição de uma CTI para analisar cinco hipóteses para a solução aeroportuária de Lisboa (Portela + Montijo; Montijo + Portela; Alcochete; Portela + Santarém; Santarém), mas previa que pudessem ser acrescentadas outras opções.

No estudo de curto prazo que efetuou para o aeroporto Humberto Delgado, disponibilizado na segunda-feira, a comissão técnica propõe medidas para melhorar as condições operacionais do aeroporto de Lisboa no curto prazo, nas quais inclui um novo terminal, “face à necessidade de criar alternativas expeditas no curto prazo com impacto mínimo na operação”.

Outra medida destacada pela CTI é a redefinição das regras de atribuição de ‘slots’ aeroportuários (faixas horárias para descolar e aterrar).

Para a Comissão poderiam ser ainda tomadas medidas de redirecionamento de voos não comerciais para outras infraestruturas, destacando o “‘business aviation’ para LPCS (Aeródromo Municipal de Cascais)”, o “tráfego militar e VIPs de Estado para uma base militar” sem impacto na operação do aeroporto Humberto Delgado, e o tráfego ‘charter’ não regular para o terminal civil de Beja.