•  Vacina: Marta Temido explicou que a União Europeia tem vindo a desenvolver um processo especifico para assegurar que a população terá "acesso a vacinas seguras, eficazes, em tempo igual para todos os países e em condições de acesso, em termos de preço, que sejam comportáveis". A ministra da Saúde disse que, de acordo com os calendários de distribuição que existem neste momento, "há a possibilidade de uma das primeiras vacinas estar calendarizada para chegar em janeiro". No entanto, salienta a necessidade de assegurar que o país esteja preparado para assegurar o armazenamento, distribuição e a administração das vacinas.
  • Capacidade hospitalar: A ministra referiu, sobre a capacidade instalada, que existem 496 internados na região Centro, dos quais 442 estavam internados em enfermaria geral e 54 em cuidados intensivos. "Sabemos que a capacidade de expansão é de 4.044 camas de enfermaria geral e de 135 camas em cuidados intensivos. São os valores que nos davam como capacidade de expansão", relembrando que os SNS "funciona em rede". Verificaram-se 3.051 internados a nível nacional, dos quais 2.619 em enfermaria geral e 432 nas unidades de cuidados intensivos. Segundo a ministra, estão preparadas para responder à covid-19, existem 3.159 camas preparadas e livres em enfermaria geral e 506 camas previstas para responder nos cuidados intensivos. “Alguns hospitais têm vindo a desprogramar alguma atividade e isso poderá fazer com que haja maior quantidade”, acrescentou. A nível nacional, explicou, existem mais 18 mil camas em enfermaria geral e mais de 960 camas de UCI, contudo esta resposta será em prejuízo de outras respostas. “As camas são um bem finito, não são infinitas, mas têm uma gestão flexível. Vamos procurando afetá-las aquilo que são as necessidades de cada momento, de cada dia, e há possibilidade de aumentar algumas camas, ativando algumas enfermarias, alocando de uma forma diferente alguma atividade”, referiu para explicar o dinamismo da resposta.
  • Plano de Vacinação: “É certo que ainda temos informação limitada sobre as potenciais vacinas que vão surgir no mercado. E, portanto, estamos a trabalhar ainda num cenário de incerteza. O que não podemos deixar de planear, o que significa gerir a incerteza”. Segundo a ministra, está a ser preparado um plano de vacinação, em função de quem seria vacinado e o armazenamento e distribuição pelo país, bem como a definição dos profissionais a administrarem a vacinação. Este planeamento e estratégia de saúde pública deverá ser apresentado no início do mês de dezembro.
  • Planos de férias dos profissionais de saúde: A ministra admitiu que "terá de haver alteração dos planos de férias de 2020, como já houve no início do ano", em função da situação epidemiológica. Referiu que se trata de uma decisão difícil e um "esforço adicional", que poderá também ser pedido "a profissionais de outras áreas". Marta Temido salientou ainda que é por isso que é tão urgente travar a transmissão, porque o sistema tem limites de resistência e não há possibilidade de formar profissionais de saúde rapidamente.
  • Dados de internamentos: Marta Temido referiu que 33%  dos internamentos hospitalares verificam-se em pessoas entre os 40 e os 69 anos e 63% com mais de 70 anos. Verifica-se ainda que 4% dos internamentos correspondem a pessoas com menos de 40 anos. A ministra da Saúde voltou a lembrar que o novo coronavírus não atinge apenas pessoas mais velhas: “Referimos estes dados para que todos percebam com clareza que não são só as pessoas que contraem a doença em determinadas idades, numa fase mais avançada, que originam situações de internamento”.
  • Óbitos: A ministra adiantou ainda que os 79 novos óbitos traduzem uma taxa de letalidade de 1,5% em termos gerais e de 9,7 % no grupo etário de mais de 70 anos. Ainda, 76 dos óbitos registados verificaram-se em instituições de saúde, dois em instituições residenciais para idosos e um no domicílio.
  • Relatório da situação epidemiológica: Portugal continua a manter uma taxa de notificação acumulada de 14 dias acima dos 480 casos por 100 mil habitantes, neste momento a taxa de incidência é de 726,2 casos, "com variações muito significativas entre o país".
  • Risco de Transmissão Efetivo (RT): O Risco de Transmissão Efetivo, calculado no período entre 9 a 13 de novembro, apontava para um RT de 1.11. O Risco em questão é verificado na região Norte, na região Centro era de 1.16, 1.08 em Lisboa e Vale do Tejo, 1.06 na região do Alentejo e e 1.04 no Algarve. “O risco de transmissão está-se a aproximar do 1. Idealmente, devemos situá-lo abaixo do 1, ou no máximo em 1. Isso significará que em cada novo caso de infeção dará a origem a menos de um novo caso de infeção”, explica a ministra, salientando preocupação da incidência de um elevado número de novos casos diários.