Os camponeses das aldeias de Yunkun e Thun disputam há vários anos a posse das ‘bolanhas’, campos de cultivo do arroz (base da dieta alimentar dos guineenses), e hoje desentenderam-se ao ponto de entrarem em confrontos violentos.
O secretário de Estado da Ordem Pública disse ter neste momento nas duas comunidades cerca de 70 agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) e outros tantos da Guarda Nacional.
Vários ministros do Governo deslocaram-se ao local dos confrontos para tentar “chamar à razão e apaziguar os ânimos”, declarou Mário Fambé, que lamenta as quatro mortes e vários feridos.
O secretário de Estado confirmou a detenção de “várias pessoas” envolvidas nos confrontos bem como os autores morais do incidente. Os detidos foram transferidos para a 2.ª Esquadra em Bissau.
Mário Fambé explicou que o Governo propôs, em setembro, que as duas comunidades abandonassem as disputas, que aguardassem por uma solução definitiva sobre a posse das ‘bolanhas’ em litígio, mas de forma surpreendente hoje entraram em confronto.
Pelo menos dois polícias ficaram gravemente feridos nos confrontos, assinalou Fambé.
Ao tomar conhecimento dos confrontos em Nhoma, a bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), vencedor das eleições legislativas de março do ano passado, mas atualmente na oposição, abandonou a sessão no hemiciclo.
O líder da bancada parlamentar do PAIGC, Califa Seidi, explicou que os seus deputados não podiam continuar na sessão “enquanto pessoas estão a morrer em resultado de confrontos por posse de terra”.
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