No início dos trabalhos do Congresso, foram votados vários relatórios, incluindo o do grupo parlamentar, que também não foi apresentado, mas foi aprovado por maioria, apenas com uma abstenção.
Apesar de este ter sido disponibilizado aos congressistas, o presidente da Mesa do Congresso, Martim Borges de Freitas, deu a oportunidade a algum deputado da passada legislatura do CDS-PP de o apresentar, mas ninguém pediu a palavra, numa altura em que a sala do Pavilhão Multiusos de Guimarães ainda está a meio gás.
Em seguida, o relatório do órgão jurisdicional do partido foi rejeitado com 46 votos contra, 12 abstenções e 40 votos a favor.
Também foi dada a possibilidade de este ser apresentado, tendo sido chamados os nomes do vice-presidente Diogo Feio e do vogal Miguel Alvim, mas sem resposta.
Nos últimos meses, o Conselho Nacional de Jurisdição esteve envolvido na polémica decisão da direção de cancelar o Congresso de novembro e adiá-lo para depois das legislativas de 30 de janeiro.
O candidato à liderança Nuno Melo pediu, então, a impugnação da convocatória do Conselho Nacional que iria tomar estas decisões e a Jurisdição até lhe deu razão, mas a reunião por acontecer. Na sequência, registaram-se algumas demissões neste órgão.
Antes, o presidente da concelhia de Guimarães, Nuno Vieira de Brito, comparou o momento atual do CDS ao da fundação de Portugal a partir desta cidade.
“Tal como nesses tempos de conquista território, o CDS precisa hoje de vencer, tal como nesses tempos precisamos de ter um líder credível”, afirmou, lamentando que, recentemente, o partido tenha seguido mais “as intrigas” do nobre galego Fernão de Trava e Teresa de Leão, do que o exemplo do primeiro Rei de Portugal, Afonso Henriques.
Já o vice-presidente da distrital de Braga Ricardo Mendes apelou a que o Congresso seja “uma discussão pautada pela serenidade, sem entrar em radicalismos dogmáticos”.
O 29.º Congresso do CDS-PP reúne-se até domingo em Guimarães (distrito de Braga) para eleger o próximo presidente do partido.
Esta reunião magna acontece dois meses depois das eleições legislativas de 30 de janeiro, nas quais o CDS-PP teve o pior resultado de sempre (1,6%) e perdeu pela primeira vez a representação na Assembleia da República.
O atual líder, Francisco Rodrigues dos Santos, que tinha sido eleito em janeiro de 2020, demitiu-se na noite eleitoral depois de conhecidos os resultados.
São quatro os candidatos assumidos na corrida à liderança: Nuno Melo (eurodeputado e líder da distrital de Braga), Miguel Mattos Chaves, Nuno Correia da Silva (ambos vogais da Comissão Política Nacional) e o militante e ex-dirigente concelhio Bruno Filipe Costa.
Comentários