O presidente do PS e da Mesa do Congresso, Carlos César, anunciou no pavilhão 1 da Feira Internacional de Lisboa (FIL) que a moção do secretário-geral do PS “foi aprovada com 88,9% dos votos dos congressistas”, numa votação em que houve 2,2% de votos contra e 8,8% de abstenções.

Foram rejeitadas as moções alternativas de José Luís Carneiro, “Por todos, para todos”, e de Daniel Adrião, “Democracia plena”, os dois candidatos derrotados à liderança do PS nas diretas de 15 e 16 de janeiro.

A moção política de Pedro Nuno Santos atribui ao Estado um papel de promotor do investimento em setores inovadores, propõe a “recuperação gradual do tempo de serviço que esteve congelado” de todos os funcionários públicos, a extinção da figura de representante da República nas regiões autónomas por revisão constitucional.

Em matéria de entendimentos com outros partidos, elogia a governação do PS com apoio parlamentar dos partidos à sua esquerda, a chamada “Geringonça”, considerando que essa “alteração histórica” é “um legado do ciclo de liderança de António Costa que deve ser protegido”.

O novo secretário-geral enquadra o PS como “eixo angular do debate parlamentar das forças democráticas, situem-se onde se situarem”, e estabelece o seguinte princípio: “No parlamento o PS articula-se com todas as forças que se revêm na Constituição da República Portuguesa e na Declaração Universal dos Direitos Humanos, concretizando políticas que tenham como objetivo o progresso social”.

A moção do secretário-geral do PS foi coordenada pela deputada e ex-ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão.

Lista única para a Comissão Nacional do PS obtém 90,78% dos votos

A lista única à Comissão Nacional do PS, que o secretário-geral, Pedro Nuno Santos, acordou com José Luís Carneiro e Daniel Adrião, seus ex-adversários nas eleições diretas, obteve hoje 90,78% dos votos no 24.º Congresso.

Segundo os resultados anunciados pelo presidente do PS e da Mesa do Congresso, Carlos César no pavilhão 1 da Feira Internacional de Lisboa (FIL), a lista à Comissão Nacional "obteve 90,78% dos votos, com apenas 9,22% de votos em branco".

A lista proposta por Pedro Nuno Santos à Comissão Nacional, órgão máximo entre congressos, com 251 membros eleitos diretamente pelo Congresso, é encabeçada por Francisco Assis, atual presidente do Conselho Económico e Social (CES), seguindo-se a deputada e ex-ministra Alexandra Leitão e José Luís Carneiro, ministro da Administração Interna.

Os restantes nomes estão ordenados por ordem alfabética. O acordo permitiu a José Luís Carneiro indicar 35% dos nomes para a Comissão Nacional e a Daniel Adrião 4%.

Pedro Nuno Santos foi eleito secretário-geral do PS nas nas eleições diretas internas de 15 e 16 de dezembro com 61% dos votos, enquanto José Luís Carneiro teve 37% e Daniel Adrião 1%. A candidatura do novo secretário-geral elegeu quase 70% dos cerca de 1.400 delegados ao Congresso.

As listas para a Comissão Nacional de Jurisdição e para a Comissão Nacional de Fiscalização Económica e Financeira foram eleitas com cerca de 92% dos votos.