O início do congresso, na Arena de Portimão, está previsto para as 11:00, com o discurso do presidente do PS, Carlos César, que uma vez mais concorre sem qualquer oposição a este cargo que desempenha desde novembro de 2014.
Após breves intervenções da presidente da Câmara de Portimão, Isilda Gomes, do líder da Federação do Algarve do PS e presidente da Comissão Organizadora do Congresso (COC), Luís Graça, o secretário-geral eleito, António Costa, fará então o primeiro dos seus dois discursos de fundo neste congresso.
Um discurso perante cerca de 1400 delegados com direito a voto – 1029 eleitos diretamente pelas bases e os restantes com inerência — e que tradicionalmente é mais virado para as questões de ordem estratégica partidária.
Neste ponto, o líder socialista deverá reiterar a disponibilidade de diálogo com os “parceiros” parlamentares à sua esquerda — PCP, PEV e Bloco de Esquerda — e com o PAN, tendo como horizonte as negociações do Orçamento do Estado para 2022.
Na direção socialista, a questão da aprovação do Orçamento para o próximo ano é encarada como “fundamental”, não só por uma questão de estabilidade política, mas também por se considerar instrumento essencial para colocar em marcha a recuperação económica e social após a crise provocada pela pandemia da covid-19.
Outro ponto inevitável neste primeiro discurso do secretário-geral do PS será o das eleições autárquicas de 26 de setembro próximo — ato eleitoral em relação ao qual o objetivo definido é vencer em número de câmaras e de freguesias, mantendo os socialistas com as presidências das associações nacionais de municípios (ANMP) e de freguesias (ANAFRE).
Uma das dúvidas reside na possibilidade de António Costa aproveitar para esclarecer perante os delegados socialistas a questão da sua continuidade na liderança do PS após 2023, e se tenciona recandidatar-se a primeiro-ministro nas próximas eleições legislativas.
Em recente entrevista ao jornal Expresso, Costa afirmou que em 2023 avaliará se continua ou não na liderança do PS, numa altura em que são apontados como seus potenciais sucessores os ministros Pedro Nuno Santos e Mariana Vieira da Silva, a líder parlamentar Ana Catarina Mendes, e o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina.
O período da tarde do primeiro de dois dias de congresso será aberto com uma intervenção do antigo líder socialista (2002/2004) e presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, seguindo-se a discussão das duas moções políticas de orientação global em disputa: Uma de António Costa, que será apresentada por Mariana Vieira da Silva; a outra do dirigente socialista Daniel Adrião, que teve 6% nas eleições diretas para o cargo de secretário-geral em junho passado.
As votações destas duas moções de estratégia, por via eletrónica, estão previstas para as 20:00. Ao contrário do habitual, neste congresso não haverá interrupção dos trabalhos para jantar.
No domingo, os delegados socialistas elegem, também por voto eletrónico, as comissões Nacional, de Jurisdição e de Fiscalização Económica, e assistem à apresentação de mais de duas dezenas de moções setoriais.
António Costa faz depois a sua segunda intervenção de fundo, encerrando o congresso com um discurso essencialmente virado para as questões da governação.
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