Ana Catarina Mendes, "número dois" da direção deste partido, falava momentos antes de os delegados socialistas terem aprovado por ampla maioria a moção de orientação política apresentada por António Costa, intitulada "Geração 20/30".
Na sua intervenção, a secretária-geral adjunta do PS não se referiu ao tema relativo ao posicionamento ideológico do seu partido, que ocupou parte dos trabalhos de sábado, nem abordou a questão se a atual solução de Governo, com o apoio do Bloco de Esquerda, PCP e PEV no parlamento, deve continuar na próxima legislatura.
Ana Catarina Mendes optou antes por puxar pela história do PS, evocando o resistente antifascista Edmundo Pedro, que faleceu recentemente, e referiu-se com rasgados elogios a António Costa.
"O PS apresenta-se aos portugueses com a credibilidade e com a serenidade de ter um líder que é determinado, convicto, de esquerda e que foi capaz de trazer nos últimos dois anos e meio a esperança e a confiança a Portugal. António Costa é o melhor herdeiro do legado da nossa história", afirmou, recebendo o primeiro de vários prolongados aplausos.
A "número dois" dos socialistas referiu-se ao seu partido como sendo "da esquerda democrática, progressista, das liberdades e da defesa radical da democracia" - uma definição que cabe em qualquer das correntes partidárias.
Agradeceu a António Costa e ao ministro das Finanças, Mário Centeno, por Portugal ter as contas públicas em ordem e, logo a seguir, apontou que o PS conseguiu nas últimas eleições autárquicas o seu melhor resultado de sempre, vencendo 165 câmaras.
Neste contexto, apelou à mobilização de todos os militantes e simpatizantes socialistas para o próximo ciclo eleitoral de 2019.
No caso das regionais da Madeira, a dirigente socialista considerou que é possível que o PS alcance o seu primeiro triunfo, enquanto que em relação às europeias afirmou que será "merecido" se os socialistas portugueses reforçarem a sua representação no Parlamento Europeu.
Já sobre as eleições legislativas, Ana Catarina Mendes puxou pelas emoções dos delegados e fez novo rasgado elogio a António Costa.
"Vamos ganhar as próximas eleições legislativas. António Costa merece continuar a ser o primeiro-ministro de Portugal", acrescentou.
Antes, o coordenador da moção do candidato derrotado nas últimas diretas do PS (Daniel Adrião) considerou "fundamental que o partido tenha uma agenda democrática e ética interna".
Para Nuno Cunha Rolo, "o PS tem de ser um partido não só de ideias, mas de ideais", defendendo para o partido e para o sistema político "um choque democrático em linha com essa agenda democrática e ética".
"Uma introdução de novas regras, instrumentos novos para combater a impotência democrática, que existe, a imoralidade política, que existe, e, também, a lógica centralista e fechada da tomada de decisões que também existe", declarou.
O coordenador da moção de Daniel Adrião, denominada "Reinventar Portugal", referiu ainda a necessidade de abrir e regenerar o PS e "promover melhores regras, melhores lideranças e também melhores práticas".
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