Os quinze países do Conselho de Segurança da ONU, que abordaram a situação numa reunião à porta fechada, expressaram a sua “séria preocupação” numa breve declaração lida no final da reunião pela presidente do órgão, Karen Pierce.
A embaixadora britânica observou que o surto pode rapidamente alastrar também para os países vizinhos e ter “implicações na estabilidade regional”, numa área já marcada por conflitos.
O Conselho de Segurança apelou para que fosse garantido o acesso do pessoal humanitário e médico a todas as áreas do país, em segurança e sem impedimentos.
De acordo com dados fornecidos esta semana pela República Democrática do Congo, o surto provocou até ao momento 72 mortes prováveis, com 44 destas com resultado positivo para a doença, e 14 pacientes que conseguiram recuperar.
No total, nas duas províncias afetadas por este novo surto de ébola – Kivu do Norte e Ituri -, houve 111 casos da doença (83 confirmados e 28 prováveis) e as autoridades estão a investigar outros seis, de acordo com o último relatório do Ministério da Saúde divulgado hoje e que contém dados até 25 de agosto.
Este é o segundo surto de ébola na República Democrática do Congo, após aquele que ocorreu na província de Equador (noroeste), num país onde a doença é endémica, mas nunca tinha afetado duas áreas em conflito como são as atuais.
Estas áreas vivem há anos um conflito com confrontos protagonizados por rebeldes, ruandeses e ugandeses, tropas governamentais e as forças da ONU no país (Monusco).
Em Kivu do Norte, a província mais afetada, há mais de cem grupos armados ativos e houve mais de 120 incidentes violentos só este ano.
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