Representando os habitantes dos territórios palestinianos e da diáspora e com mais de 700 membros, o CNP realiza a sua primeira reunião em quase uma década, tendo como objetivo o desenvolvimento de um novo programa político palestiniano e a renovação do Comité Executivo da OLP.
Este Comité, com 18 membros, é o principal órgão de decisão palestiniano e tem uma liderança envelhecida, tendo vindo a lutar para funcionar adequadamente nos últimos anos.
Mahmud Abbas, presidente da Autoridade Nacional Palestiniana e da OLP, tem 83 anos e problemas de saúde, mas nunca designou um sucessor.
Embora a reunião do CNP não seja para escolher um sucessor, a composição do novo Comité Executivo poderá dar indicações sobre quem está melhor posicionado para ocupar o cargo.
A reunião acontece numa altura difícil para os palestinianos, que continuam sem conseguir criar o desejado Estado independente, integrando a faixa de Gaza, a Cisjordânica e Jerusalém oriental, territórios capturados por Israel na Guerra dos Seis Dias em 1967 (embora se tenha retirado de Gaza em 2005).
As conversações de paz com Israel estão num impasse há quatro anos e as relações têm-se deteriorado.
A atual administração dos Estados Unidos, o mediador histórico, tem tomado decisões que agradam a Israel e afligem os palestinianos, como a divulgada pelo Presidente Donald Trump a 06 de dezembro de 2017 de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Os palestinianos enfrentam ainda a divisão entre o partido de Abbas, o secular Fatah, e o rival movimento islâmico Hamas, que retirou o controlo da faixa de Gaza ao Fatah em 2007, depois de ter vencido as últimas eleições legislativas em 2006.
As várias tentativas de reconciliação entre os dois movimentos não foram bem-sucedidas.
Os membros do Hamas poderiam participar no próximo Conselho Nacional Palestiniano, apesar de não integrarem a OLP, mas o movimento islâmico considerou a convocação da reunião uma “infração flagrante do consenso nacional”, deixando entender que não estará presente no encontro.
Quem indicou que estará ausente foi a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), que já foi o segundo movimento da OLP a seguir ao Fatah.
Reuniões em meados de abril entre a FPLP, de tendência marxista-leninista, e o Fatah, nacionalista, “não resultaram”, disse uma fonte do primeiro movimento à agência noticiosa espanhola EFE.
O Conselho Nacional Palestiniano, como a Autoridade Nacional Palestiniana, é dominado pelo Fatah.
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