“Mesmo que a estratégia do Presidente Temer de desacreditar o acusador e desafiar a evidência existente [gravações apresentadas pelos donos da JBS] possa dar-lhe algum tempo, as condições para ele se agarrar ao poder são cada vez mais precárias”, adianta o relatório.
Segundo o documento, “os últimos acontecimentos sugerem fortemente que o momento [de tensão] política continuará a crescer contra Michel Temer no Congresso, nos tribunais e nas ruas, tornando-o praticamente incapaz de governar”.
Em dezembro do ano passado, a consultoria havia determinado que as probabilidades do Presidente brasileiro cair estava em 20%.
Na época, a empresa destacou que o risco de Michel Temer ser atingido por investigações sobre atos que ele pode ter cometido antes de assumir o cargo de Presidente do Brasil era muito pequeno.
A suspeitas de corrupção investigadas pela operação judicial Lava Jato estenderam-se no dia 18 de maio ao Presidente brasileiro, Michel Temer, com a abertura de um inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Em causa está uma gravação de uma conversa entre o empresário Joesley Batista, da empresa JBS, e Temer sobre o alegado pagamento de uma mesada ao ex-deputado Eduardo Cunha, que foi presidente do Congresso (parlamento) e principal aliado de Temer no afastamento de Dilma Rousseff da Presidência.
Nessa conversa, segundo os áudios divulgados, o Presidente terá recomendado ao empresário “manter” o pagamento de uma verba regular àquele dirigente do seu partido, que está acusado de vários crimes de corrupção.
Temer sucedeu há um ano a Dilma Rousseff, de quem era vice-presidente, mas, desde então, vários aliados têm sido atingidos pela operação judicial, por suspeitas de corrupção e de receberem pagamentos ilegais.
A degradação da situação política no país tem levado muitos dirigentes a exigirem eleições presidenciais (diretas ou via parlamento), já que Temer não tem um vice-presidente que o substitua no caso de abertura de um ‘impeachment’, um processo de afastamento judicial do cargo.
Após a divulgação do áudio, Michel Temer recusou, em mais do que uma declaração ao país, apresentar a demissão e já pediu a suspensão da investigação até que seja verificada a autenticidade da gravação.
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