“Embora as forças armadas e a economia dos Estados Unidos continuem a ser excecionalmente fortes, o sistema político americano é mais disfuncional do que o de qualquer outra democracia industrial avançada. Em 2024, o problema vai agravar-se muito mais”, refere.
Segundo os autores, o fundador do Eurasia Group, Ian Bremmer, e o presidente, Cliff Kupchan, “as eleições presidenciais irão aprofundar a divisão política do país, pondo à prova a democracia americana”.
“A perspetiva de uma vitória de Trump vai enfraquecer a posição dos Estados Unidos no plano mundial”, antecipam, prevendo um enfraquecimento no apoio à Ucrânia, uso de instituições para perseguir adversários políticos, mais protecionismo comercial e imprevisibilidade na política de Defesa.
O relatório considera a vitória dos Democratas pela mão de Joe Biden “improvável”, a qual resultaria numa “crise política sem precedentes” porque será declarada ilegítima e fraudulenta pelos Republicanos.
Bremmer resumiu as eleições como “um confronto entre líderes que consideram o outro o principal adversário que representa uma ameaça existencial”.
“Biden vê Trump como uma ameaça existencial à democracia, Trump vê Biden como uma ameaça existencial a si próprio. E na perspetiva de Trump, isso é mais importante do que a democracia”, afirmou hoje durante uma apresentação do relatório.
A Eurasia produz anualmente um relatório sobre os principais riscos geopolíticos mundiais para orientar governos, empresas e instituições a responderem às respetivas oportunidades e desafios.
Outros dos principais perigos nomeados incluem a crise no Médio Oriente, a guerra na Ucrânia dividida, o avanço da Inteligência Artificial, o reforço da aliança entre Rússia, Coreia do Norte e Irão e a demora na recuperação económica na China.
O crescente apoio aos partidos de extrema-direita e populistas na União Europeia (UE) é também destacado no relatório, que receiam que “consenso centrista que definiu a ordem europeia do pós-guerra possa vir a ser quebrado em 2024”.
“Os efeitos adversos da economia, as pressões migratórias, um certo cansaço da guerra na Ucrânia e a desacordo no seio da UE fazem temer uma vitória dos populistas nas eleições para o Parlamento Europeu em junho”, indica o relatório.
Apesar de admitir problemas em diferentes países individualmente, os analistas da Eurasia duvidam que eurocéticos e populistas conquistem uma maioria no Parlamento europeu.
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