“A nossa contraproposta não é muito diferente daquilo que nós já tínhamos apresentado. Acima de tudo, tem por base as 35 horas de trabalho semanal, que deve ser extrapolado para o resto dos regimes de trabalho de uma forma equitativa, transparente e transversal para todos os médicos”, disse a presidente da Fnam aos jornalistas antes de entrar para a 36.ª e última ronda negocial com o Ministério da Saúde.
Segundo Joana Bordalo e Sá, não se trata apenas de uma atualização salarial, mas também de os médicos terem melhores condições de trabalho com a reposição das 35 horas de trabalho semanal, a reposição das 12 horas de urgência e a reposição das férias que foram retiradas aquando da intervenção da ‘troika’.
No seu entender, a proposta da Fnam “é exequível e existe orçamento” para avançar: “Não existe é vontade política por parte deste Governo e por parte desta equipa ministerial”, disse, advertindo que os constrangimentos nas urgências deverão piorar na próxima semana.
Mas a dirigente sindical disse ainda “ter esperança” de que o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, “ouça de uma vez por todas as propostas que os médicos têm para salvar, no fundo, o Serviço Nacional de Saúde”.
“É disto que estamos a falar, numa altura em que temos urgências com tanto constrangimento de norte a sul do país e onde também temos meio milhar de médicos jovens internos que não escolheram uma especialidade e que vão optar por ficar fora do Serviço Nacional de Saúde, migrando ou ficando a trabalhar como prestadores de serviços”, salientou.
Questionada sobre as declarações do antigo ministro da Saúde Adalberto Campos Fernandes, que defendeu uma pausa nas negociações, a líder sindical afirmou que “o Serviço Nacional de Saúde não pode esperar mais”, salientando que neste momento o SNS está “depauperado de médicos”.
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