Cerca das 18:30, e depois de anunciar o resultado da votação, por braço no ar, das moções setoriais, um elemento da Mesa anunciou que os trabalhos seriam suspensos durante meia hora, uma vez que a votação eletrónica para os órgãos nacionais teve de ser prolongada.

A sala reagiu com vaias e assobios, já que a Convenção se está a prolongar por muito mais horas do que o inicialmente previsto.

Assim, não deverá ser antes da 19:00 que será conhecido o quarto presidente da IL, um momento que já vai com mais de seis horas de atraso em relação ao programa inicial.

A justificação dada pela Mesa para a suspensão foi a dificuldade de alguns membros em localizar o ‘email’ que continha os boletins de voto eletrónicos.

No programa inicial, o discurso de encerramento do novo líder estava previsto para as 13:30, horário que foi hoje de manhã atualizado para as 14:30, devido a alguns trabalhos que passaram de sábado para domingo.

Os resultados das moções setoriais a votação foram anunciados pelo vice-presidente da Mesa, Nuno Fernandes, depois de um longo período de votações presencial que demorou cerca de uma hora e um quarto, com os membros impossibilitados de sair da sala do Centro de Congressos de Lisboa durante todo este tempo.

A única moção chumbada gerou polémica no debate do primeiro dia da reunião magna e pretendia que a direção liberal uniformizasse “a presença do partido nas redes sociais, mantendo a sua identidade de comunicação como ‘Iniciativa Liberal’ e seus núcleos territoriais, eliminando as páginas e perfis ‘Jovens Liberais’”.

Após a rejeição - com 840 votos contra, 283 abstenções e 153 votos a favor – ouviram-se vários aplausos na sala, saudando o resultado.

No conjunto das restantes moções, todas aprovadas, inclui-se o texto ‘Maior transparência na Iniciativa Liberal’, no qual é recomendando que a IL “reforce o princípio de uma gestão transparente, tanto nas decisões, como na sua gestão financeira, em todas as áreas de gestão do partido”.

Os subscritores querem ainda que “a informação financeira relativa aos contratos celebrados pela Iniciativa Liberal” que envolvam membros ou que possam impactar economicamente (nomeadamente via familiares diretos) dirigentes dos órgãos do partido ou eleitos para cargos públicos em representação do partido “seja anualmente alvo de comunicação aos membros”.

Também este texto – aprovado com 818 a favor, 259 abstenção e 177 contra - mereceu alguns aplausos no anúncio do resultado.

Entre os temas das moções aprovadas está a sustentabilidade, cultura, justiça, desporto ou até a Defesa Nacional, que recomenda, nomeadamente, que a Comissão Executiva formule propostas políticas no âmbito da Defesa, que passem pela “reestruturação orgânica das Forças Armadas, visando prepará-la para os desafios futuros e promovendo os Recursos Humanos como o seu ativo mais valioso” ou a “nomeação das chefias militares de forma independente e assente em critérios meritocráticos”.

Na moção ‘Europa Liberal’, com as eleições europeias de 2024 em mente, é apelado à futura Comissão Executiva que priorize “o aprofundamento de um discurso europeu" e aprofunde “a sua intervenção no seio” do Partido da Aliança dos Liberais e Democratas pela Europa, ambicionando um papel de liderança nesta força política.

Já no texto ‘Poder local, Iniciativa Liberal’ os subscritores propõem “sensibilizar os membros para a preocupação de desenvolvimento de ações políticas de âmbito local e de proximidade”, produzindo assim “conteúdo para a ação política nacional”, para além de “potenciar ações de formação descentralizada nas freguesias com temas fortes e com potencialidade de aproximação e mobilização”, afirmando um “partido de proximidade”.

A VII Convenção da Iniciativa Liberal termina hoje no Centro de Congressos de Lisboa, e os cerca de 2.300 membros do partido inscritos na reunião magna vão eleger o sucessor de João Cotrim Figueiredo na liderança do partido, que nas últimas legislativas passou de um para oito deputados.

Na primeira convenção eletiva da história da IL (fundada em 2017), disputam a presidência da Comissão Executiva Rui Rocha e Carla Castro, ambos deputados e membros da direção cessante, e o conselheiro nacional José Cardoso.