O metano é um gás com poderoso efeito de estufa e, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, um dos que podem ser reduzidos mais rapidamente.

O acordo, estabelece “uma base sólida em termos da ambição de que precisamos a nível global”, disse Helen Mountford, especialista em clima da organização ambientalista não governamental “World Resources Institute”, dos Estados Unidos.

O acordo também foi considerado positivo por Maria Pastukhova, especialista em energia da organização E3G, um grupo de reflexão europeu, independente, sobre alterações climáticas.

"O Acordo, feito por países que emitem metade do metano do mundo, é um passo positivo e há muito esperado, pondo em evidência a segunda maior causa do aquecimento global causada pela humanidade. O verdadeiro trabalho começa agora. Antes da COP27, o compromisso tem de conseguir a adesão dos três maiores emissores, China, Rússia, e Índia, apoiados por mecanismos transparentes de governação e monitorização”, afirmou.

China, Rússia, e Índia não se juntaram aos 103 países que assinaram o Compromisso Global para o Metano.

Maria Pastukhova alertou que a indústria do gás, petróleo e carvão devem intensificar esforços para reduzir drasticamente as emissões relacionadas com a energia, mostrando resultados tangíveis nos próximos anos, salientando que a redução das emissões de metano não podem substituir “a necessidade de um esforço global contínuo para reduzir a procura de combustíveis fosseis”, se o mundo quiser alcançar a meta de não deixar que as temperaturas globais subam além de 1,5 graus celsius em relação à época pré-industrial.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.