“Acho que é essencial termos aqui mais um dia e uma noite de trabalho para chegarmos a conclusões, mas que o texto não mexa mais porque senão vai ficar mesmo um desastre”, disse João Pedro Matos Fernandes à Lusa, à margem da 6.ª edição do fórum anual da European Metropolitan Authorities (EMA).
O ministro adiantou que o texto inicial “começou bem” ao fazer “referências muito explicitas ao ‘phasing out’ do carvão e ao fim dos subsídios perversos aos combustíveis fosseis”.
“A cada versão que passa é cada vez mais tíbia [a versão do texto] e espero mesmo que paremos por aqui”, defendeu.
Depois de duas semanas de discussões os participantes na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) estão a tentar aprovar um texto final que consensualize medidas para limitar a 1,5ºC (graus celsius) o aquecimento global durante este século em relação aos valores pré-industriais.
O projeto de conclusões que estava hoje a ser discutido apela para cortes mais rápidos nas emissões de gases com efeito de estufa, ajuda para os países mais pobres em relação a catástrofes naturais, e limites aos combustíveis fósseis.
A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.
Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.
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