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Entre as principais conclusões, destaca-se a aprovação do Mecanismo de Ação de Belém (BAM) para uma Transição Justa. A decisão é vista como um avanço relevante, refletindo a crescente pressão da sociedade civil e a necessidade de integrar a justiça climática no processo político internacional.

No entanto, o retrocesso mais notado foi a retirada do roteiro para a eliminação gradual dos combustíveis fósseis do texto final — um ponto que tinha sido acordado na COP28 como essencial para alinhar as políticas globais com a ciência climática. Apesar disso, vários países, incluindo a maioria dos Estados-membros da União Europeia (com exceção de Itália e Polónia), apoiaram uma iniciativa paralela proposta pela Colômbia. Este grupo compromete-se a continuar o trabalho de transição energética fora do âmbito formal da ONU. A Colômbia anunciou ainda que não permitirá novas explorações de petróleo na Amazónia colombiana.

Outro impasse significativo surgiu no capítulo do financiamento para adaptação às alterações climáticas. As Partes recusaram triplicar a meta estabelecida em Glasgow para o período 2026-2029 e adiaram a definição de uma nova meta para 2035. Embora o valor previsto para 2030 seja duplicado face ao anteriormente estipulado, permanece desligado das necessidades reais dos países mais vulneráveis. O NCQG, atualmente fixado em 10 mil milhões de dólares anuais até 2030 — valor que entidades como a CAN, da qual a Quercus faz parte, defendiam que deveria subir para 1,3 biliões — não foi atualizado. A revisão ficou adiada para a próxima conferência.

Também o aumento do financiamento para perdas e danos foi remetido para futuras negociações, apesar dos apelos insistentes durante a sessão plenária, sobretudo por parte dos países mais vulneráveis, que sublinharam a urgência de recursos para implementar políticas de adaptação e mitigação.

A conferência expôs ainda uma lacuna significativa de ambição nas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC), com os maiores emissores a mostrarem pouca disponibilidade para acelerar a ação climática.

Para Alexandra Azevedo, presidente da direção nacional da Quercus, os resultados da COP30 evidenciam “o processo desafiante de entendimento entre os países e a importância de maior mobilização e pressão da sociedade civil, para escrutínio das opções políticas e construção de alternativas”.

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