“A única coisa que lhe resta é um número muito pequeno de militares do alto comando, é a única coisa que lhe resta, porque até as bases das nossas forças armadas, das nossas forças policiais, do PSUV [partido no poder] não estão com ele, porque não querem violência e não querem mentiras”, disse Machado, na quarta-feira.
Numa conversa com o Presidente da Costa Rica, Rodrigo Chaves, a dirigente insistiu que a principal coligação da oposição, tendo como candidato Edmundo González Urrutia, venceu por larga margem as eleições.
Machado lembrou que a Plataforma Democrática Unitária divulgou através da Internet 83,5% das atas eleitorais, que são “as provas da vitória”.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano atribuiu a vitória a Nicolás Maduro com pouco mais de 51% dos votos, mas continua sem publicar as atas, o que viola as normas legais, lamentou a líder da oposição.
Caso o regime no poder apresentar boletins de voto que validem a vitória de Maduro, estas “serão provas de fraude”, tendo em conta que estes documentos possuem indicadores de autenticidade invioláveis.
Machado pediu a Chaves que “os ajude a pensar” em novas iniciativas diplomáticas para aumentar a pressão sobre o Governo de Maduro, que reivindicou a reeleição para um terceiro mandato de seis anos.
“Todas estas ações da comunidade internacional devem ser unidas e coordenadas para que o regime saiba que ninguém aqui vai validar isto e que o mundo saiba que não estamos a virar a página aqui (…) não podemos deixar que isto continue”, disse.
Milhares de venezuelanos têm contestado nas ruas os resultados oficiais divulgados pelo CNE do país, em manifestações reprimidas com violência pela polícia, que já deteve mais de 2.200 pessoas.
Machado disse que “a repressão tem sido brutal”, com 24 mortos registados durante os protestos.
Em resposta às manifestações, Nicolás Maduro apertou a repressão policial e militar para enfrentar o que descreveu na quarta-feira como “um “golpe de Estado cibernético, fascista e criminoso”.
O Presidente da Venezuela afirmou que o sistema do CNE tem recebido “30 milhões de ataques por minuto” desde as presidenciais de 28 de julho e apontou o dedo ao magnata sul-africano Elon Musk e uma “seita satânica de multimilionários que lidera os Estados Unidos”.
Também o presidente do CNE, Elvis Amoroso, denunciou na passada sexta-feira que o organismo tem sofrido “ataques informáticos maciços de diferentes partes do mundo” que “atrasaram a transmissão das atas e o processo de divulgação dos resultados”.
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