Após dois dias de reuniões na sede da OMS em Genebra, um comité de emergência formado por médicos especialistas de vários países e convocado pelo diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, descartou, por enquanto, o possível alerta internacional receando que "seja demasiado cedo".

A OMS reserva a possibilidade de reunir o comité no futuro para discutir novamente uma eventual emergência internacional, o que implicaria a implementação de medidas preventivas a nível global.

Aquele organismo internacional define uma emergência global como um “evento extraordinário” que constitui um risco para outros países e requer uma resposta internacional coordenada.

Emergências globais anteriores foram declaradas para o surgimento do vírus Zika nas Américas, a pandemia da gripe suína e a poliomielite.

Uma declaração de emergência global normalmente traz mais dinheiro e recursos, mas também pode levar governos estrangeiros a precipitarem-se a restringir viagens e comércio aos países afetados.

De acordo com informação disponibilizada hoje pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC na sigla em inglês) e divulgada pela Direção-Geral de Saúde portuguesa foram reportados, desde 31 de dezembro de 2019, 614 casos laboratorialmente confirmados de infeção pelo novo coronavírus (2019-nCoV), incluindo 15 profissionais de saúde e 17 óbitos.

Na China (excluindo Hong Kong, Macau e Taiwan) foram diagnosticados 603 casos, seguindo-se a Tailândia (04 casos), Macau (02), Hong Kong, Taiwan, Japão, Correia do Sul e os Estados unidos da América (todos com um caso).

O novo vírus que causa pneumonias virais foi detetado na China no final de 2019.

Trata-se de um novo tipo de coronavírus, que é transmitido entre animais e que passou para os seres humanos, havendo já registos de transmissão pessoa a pessoa, mas ainda em circunstâncias não totalmente fundamentadas.

Os primeiros casos do vírus “2019 – nCoV” apareceram em meados de dezembro na cidade chinesa de Whuan, quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral. Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes de Huanan, nessa mesma cidade. Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais infetados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos.

Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias, incluindo falta de ar.

(Notícia atualizada às 19h30)