"Aguardamos as propostas dos parceiros sociais para ver se há condições de acordo como desejamos", advogou o chefe do Governo, lembrando que no programa do executivo está previsto um "faseamento dos aumentos anuais" do salário mínimo até este atingir os 600 euros em 2019.
Costa respondia no parlamento, no debate quinzenal com o primeiro-ministro, a questões do secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, que voltou a insistir na necessidade de o salário mínimo chegar aos referidos 600 euros já no início do próximo ano - o programa de Governo estipula 557 euros, valor atualmente em negociação em sede de concertação social.
O comunista questionou também António Costa sobre a Caixa Geral de Depósitos (CGD), tema que domina o debate desta tarde, advogando que o futuro presidente executivo escolhido para a entidade, Paulo Macedo, está "longe de dar garantias" de ter um "compromisso claro com o interesse público" desejável para a entidade.
"É conhecida a nossa posição da forma como foi conduzido este processo e as nossas reservas em relação à indigitação do senhor Paulo Macedo", vincou Jerónimo de Sousa.
Na resposta, o primeiro-ministro sublinhou que a Caixa "mantém a sua atividade normal" e a nova equipa será formalizada "brevemente", sendo que "ninguém quer repetir o que aconteceu no inicio da administração anterior", com vários elementos a receberem a indicação do Banco Central Europeu (BCE) de que não "reuniam condições para exercer o mandato".
Ainda no setor bancário, Jerónimo trouxe ao debate quinzenal o Novo Banco, e foi perentório na pergunta a Costa: "Porque não integrar o Novo Banco na esfera pública?".
O governante disse aguardar novidades do Banco de Portugal sobre o processo de venda da entidade, mas realçou que será seguida pelo Governo a "melhor solução do ponto de vista político, económico e financeiro" para Portugal.
No que diz respeito à descentralização, tema do debate, o líder comunista falou ao primeiro-ministro dos diversos "constrangimentos", nomeadamente a nível europeu, a que estão sujeitas as contas públicas do país, com António Costa a admitir que Portugal tem "o dever de continuar a batalhar pela mudança" de prioridades políticas num plano europeu.
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