Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa estiveram hoje à tarde juntos na cerimónia evocativa dos 25 anos da Autoeuropa em Portugal, em Palmela, Setúbal, tendo o Presidente da República assumido que o seu discurso tinha ficado ao mesmo tempo "mais fácil e mais difícil" depois do primeiro-ministro ter avançado muitas das ideias que tinha elencado para a ocasião.
Costa, que subiu primeiro ao púlpito, fez questão de deixar uma "palavra especial de apreço a Mira Amaral" que há 25 anos, então como ministro da Indústria, "deu um contributo decisivo" para que a fábrica da Autoeuropa fosse instalada em Portugal.
No entanto, no discurso que encerrou a cerimónia, Marcelo destacou a palavra a Mira Amaral deixada pelo primeiro-ministro, mas acrescentou que lhe parecia "justo agradecer ao professor Cavaco Silva", o primeiro-ministro desse Governo, "que teve a visão de lançar um projeto pioneiro".
"Essa capacidade de ver a longo prazo é um dos segredos do futuro e do presente de Portugal", enfatizou num elogio ao seu antecessor no Palácio de Belém.
Para o primeiro-ministro, a empresa "tem sido um exemplo de como a formação e qualidade dos recursos humanos é a chave da produtividade da economia", considerando que "quem investe em formação sabe que o bem mais precioso que tem é qualidade dos seus quadros", o que "é incompatível com a precariedade".
Costa destacou ainda que o modelo de diálogo social da Autoeuropa "tem sido uma das chaves de sucesso" da empresa, ideia que foi depois secundada por Marcelo Rebelo de Sousa, que brincou até com a ideia do primeiro-ministro lhe ter tirado essa palavra da boca.
Para o chefe de Estado é um somatório fatores - como a escolha do parceiro adequado, leal, fiel, a lealdade dos dois lados, a aposta de regime e o diálogo social e a formação - que fez desta empresa "um exemplo de sucesso nacional".
O nome Autoeuropa, para Marcelo, "diz tudo", que passa por "apostar na Europa, não ter complexos de ser europeu, continuar a defender a União Europeia e ter um parceiro alemão", que é "uma das chaves de sucesso da economia para Portugal".
O Presidente da República - que fez questão de dizer, em alemão, que este dia era de uma grande alegria - enalteceu a "complementaridade entre Portugal e a Alemanha, onde a "capacidade de improviso do português" se complementa com a "capacidade de rigor do alemão".
Com um total convicção na estabilidade da empresa, mas também na estabilidade governativa, Marcelo revelou a promessa que tinha feito juntamente com Costa, de voltarem os dois a estar juntos em Palmela em agosto de 2017 para conduzirem o novo modelo do carro que está a ser fabricado naquelas instalações e tirar uma foto com todos os trabalhadores da empresa.
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