Vítor Escária foi detido para interrogatório na terça-feira, de manhã, na sequência das buscas judiciais ao seu gabinete e à sua casa por suspeitas relacionadas com negócios com lítio e hidrogénio.
Esta investigação judicial levou nesse mesmo dia António Costa a pedir ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a sua demissão de primeiro-ministro.
Na comunicação que fez ao país em que anunciou a sua demissão, O primeiro-ministro manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça “em tudo o que entenda necessário”, mas recusou a prática “de qualquer ato ilícito” ou censurável.
“Quero dizer, olhos nos olhos aos portugueses, que não me pesa na consciência a prática de qualquer ato ilícito, ou sequer de qualquer ato censurável”, afirmou António Costa.
O chefe do executivo disse estar “totalmente disponível para colaborar com a Justiça em tudo o que entenda necessário para apurar toda a verdade, seja sobre que matéria for”, mas afirmou ter ficado “surpreendido” com a informação de que lhe ia ser instaurado um processo-crime, garantindo que “desconhecia em absoluto a essência de qualquer processo”.
O economista Vítor Escária foi nomeado em agosto de 2020 chefe de gabinete do primeiro-ministro, substituindo no cargo Francisco André, que assumiu funções na representação permanente de Portugal junto da OCDE e que atualmente é secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação.
Vitor Escária, de 48 anos, economista e professor do Departamento de Economia do ISEG —tinha sido antes assessor económico do antigo primeiro-ministro José Sócrates.
Em 2019, já numa altura em que era assessor económico de António Costa, esteve envolvido no processo de recebimento indevido de vantagem no caso das viagens pagas pela Galp no Euro2016 de futebol.
No que respeita ao novo chefe de gabinete do primeiro-ministro, o major-general Tiago Maria Ramos Chaves de Almeida e Vasconcelos, de 63 anos, natural de Lisboa, ingressou na Academia Militar em 1978 e foi nomeado assessor militar do líder do executivo em maio de 2018.
Segundo o Governo, antes de ser assessor militar do primeiro-ministro, foi adjunto para o planeamento e coordenação do Estado-Maior-General das Forças Armadas e inspetor-geral do Exército e diretor honorário da Arma de Cavalaria.
Tiago Vasconcelos é grande-oficial da Ordem Militar de Avis e comendador da Ordem do Infante D. Henrique. Possui a Grã-Cruz do Mérito Militar com distintivo branco do Reino de Espanha.
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