Em comunicado, a Universidade do Porto afirma que as pessoas identificadas como "contactos com casos suspeitos ou confirmados" de Covid-19 já foram contactadas pelas autoridades de saúde e submetidas a isolamento profilático, e que, por isso, "não justifica manter a recomendação para que os residentes de Felgueiras e Lousada não se desloquem às instalações da Universidade".

"No entanto, é formalmente contraindicada a presença de pessoas com sintomas de infeção respiratória", relembra a UP, acrescentando que vai permanecer "atenta ao desenrolar da situação" e às orientações que vierem a ser tomadas na reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública, agendada para quarta-feira.

"A U. Porto não hesitará em tomar todas as medidas que as autoridades de saúde considerem necessárias para a proteção da comunidade académica", garante, apelando que a comunidade continue a "observar as medidas básicas de higiene recomendadas" pelas autoridades de saúde nacionais e internacionais.

Na publicação, a UP adianta não existirem, neste momento, "razões de saúde pública" que justifiquem a suspensão das atividades ou o encerramento das instalações.

"De acordo com o conhecimento técnico-científico atual, não há razões de saúde pública que justifiquem, à data, a suspensão de atividades ou o encerramento de instalações das Universidades, à semelhança do que acontece com a generalidade dos setores de atividade em Portugal", lê-se no comunicado.

A instituição refere, por isso, que, à exceção do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), da Faculdade de Farmácia e da suspensão de aulas do Mestrado Integrado de Medicina da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), vai manter as suas atividades regulares.

Na segunda-feira, também em comunicado, a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) anunciava a suspensão das aulas, adiantando que vai procurar "mitigar" o impacto desta decisão nos seus alunos.

O comunicado da Universidade do Porto foi divulgado poucas horas após o Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ) ter comunicado que tinha recomendado à FMUP "a suspensão das atividades que exigem a presença física dos alunos ou docentes, promovendo abordagens de ensino à distância".

Também no domingo, a UP já havia referido que as instalações partilhadas do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e da Faculdade de Farmácia vão permanecer encerradas até 20 de março.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

A China registou segunda-feira mais uma queda no número de novos casos de infeção, 19, face a 40 no dia anterior, somando agora um total de 80.754 infetados e 3.136 mortos, na China Continental.

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.