Nos 330 quilómetros quadrados desse município do distrito de Aveiro há ainda a assinalar o óbito recente de um cidadão de 92 anos em contexto familiar, pelo que, desde o início da pandemia no território, o balanço global indica agora um acumulado de sete mortes e 266 cidadãos infetados, 59 dos quais já recuperados.
No Lar de Idosos de Santa Cruz de Alvarenga, onde a 29 de agosto foram identificados 64 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2 num universo de 107 utentes e funcionários, a situação evoluiu entretanto até aos 76 diagnósticos positivos, sendo que cinco seniores estão internados no hospital de Santa Maria da Feira e os restantes infetados continuam "assintomáticos e estáveis".
Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal, reconhece que a situação dessa estrutura residencial para idosos é "a que requer maior acompanhamento, por envolver pessoas com idade avançada e saúde já de si frágil", mas realça que "o contexto geral da instituição é de estabilidade".
Já no quartel dos bombeiros, onde o surto de covid-19 gerou nove doentes e obrigou 30 pessoas a quarentena, "começa-se agora a regressar à normalidade", pelo que esta quinta-feira será retomado o transporte de doentes para consultas de diálises e outros tratamentos, e nos dias seguintes se espera alta médica para os operacionais efetivamente doentes.
Os restantes 115 casos de contágio ativo no concelho, por sua vez, "estão dispersos por toda a comunidade e associados a diferentes núcleos familiares".
A autarca socialista atribui essa "maior tranquilidade" à constatação de que "as pessoas responderam aos apelos do município: reforçaram os seus cuidados de profilaxia, como se nota pelo uso regular de máscara, inclusive no exterior, e procuraram restringir as suas deslocações ao essencial, o que é fundamental no início do novo ano escolar, para se continuar a manter esta postura vigilante e atenta".
José Gonçalves, comandante dos Bombeiros Voluntários de Arouca, mostra-se satisfeito por ver de regresso os 30 operacionais que estiveram em isolamento após a deteção de nove casos de covid-19 entre os cerca de 80 elementos da corporação.
"Mandámos 30 homens para casa, primeiro regressou só um, depois vieram 17, agora já cá estão os 30 que tinham ficado em quarentena e na próxima semana esperemos receber os últimos, que são os que ficaram mesmo doentes", contou esse responsável à Lusa, adiantando que os nove infetados "estão a recuperar bem".
No Lar de Alvarenga é que a recuperação tem sido mais lenta, com o diretor dessa instituição social a dirigir críticas de desempenho tanto à autoridade local de saúde como à Cruz Vermelha Portuguesa e ao Hospital de Santa Maria da Feira, onde a autarquia diz que estão internados cinco idosos do lar, todos com outras patologias além do SARS-CoV-2.
Edgar Soares admite, contudo, que foram essas entidades externas a disponibilizar ao lar os recursos humanos para reforço da equipa médica que acompanha os 76 infetados da instituição.
"O lar, por si próprio, tinha sempre ao serviço duas enfermeiras e um médico, mas um médico que está no centro de saúde para atender a freguesia toda, trabalha aqui como voluntário e, por já ter uma certa idade, fazia o serviço à distância. Depois de reclamarmos que precisávamos de mais gente é que o Agrupamento de Centros de Saúde da Feira e Arouca mandou cá outra médica - também do centro de saúde, que está aqui a 100 metros - e então ficámos com cinco enfermeiras", afirma.
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