“Aparentemente o que se diz é que primeiro é preciso ter a noção exata da situação e tem de ser no Japão. Trazê-lo para Portugal podia ser uma temeridade para ele. Não vale a pena correr esse risco”, disse o Chefe de Estado, à margem de uma visita aos caretos de Podence, em Trás-os-Montes.
Para o Presidente da República, as autoridades portuguesas têm de “pressionar como têm feito permanentemente com diligências que permitam não apenas ir conhecendo melhor a situação como, se possível, tratar de uma eventual transferência para uma unidade hospitalar”.
Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a transferência para um hospital “seria naturalmente preferível porque é lá que se podem fazer análises, que noutros sítios é mais difícil”.
O Presidente disse que falou com a mulher do português doente no navio cruzeiro, e que ela compreendia "a situação em que não faz sentido nenhum trazer o marido para Portugal”.
“Sabe-se que tem de se respeitar o diálogo com as autoridades japonesas para uma eventual transferência para um hospital”, sublinhou.
Marcelo Rebelo de Sousa relatou que a mulher tinha, entretanto, recebido informação da ministra da Saúde de que, terminada a noite no Japão, se tentaria fazer uma avaliação da situação para apurar se de facto haverá condições para a transferência para uma unidade hospitalar.
O Presidente indicou ainda que houve também contacto com o comandante do navio, e disse que compreende que a situação “deve ser muito complicada”, com tantos casos tão diferentes.
Marcelo Rebelo de Sousa referiu ainda que as autoridades portuguesas estão a fazer os contactos todos para resolver os problemas apontados pelo português.
“Vamos ver como é que se gere, não é muito fácil. A situação é talvez das mais complicadas, um navio com tanta gente, uma unidade autónoma acostada a um território de um Estado que também tem de fazer a gestão do que se passa”, frisou.
O Presidente assegurou ainda que Portugal não tem “notícia de mais nenhum caso até ao presente”.
As autoridade japonesas confirmaram hoje que o português Adriano Maranhão, canalizador no navio Diamond Princess, atracado no porto de Yokohama, no Japão, deu teste positivo ao coronavírus Covid-19.
O coronavírus Covid-19 surgiu em dezembro em Hubei, no centro da China, país onde estão registados, a nível continental, 76.936 casos, 2.442 dos quais mortais.
O segundo país mais afetado é o Japão, com 769 casos (quatro dos quais mortais), incluindo pelo menos 364 no cruzeiro Diamond Princess, onde, no sábado, foi detetada a infeção de um cidadãos português.
Segue-se a Coreia do Sul, com 556 casos, cinco dos quais mortais.
Itália surge em quarto lugar dos países e territórios com mais casos, registando 132 casos de infeção por Covid-19, dois deles mortais.
A lista prossegue com Singapura (89 casos), Hong Kong (69, dois mortais), Irão (43 casos, 8 mortais), Estados Unidos e Tailândia, ambos com 35 casos, Taiwan (26 casos, uma morte),Austrália (23), Malásia (22), Alemanha e Vietname (16 cada um), França (12, um mortal), Emirados Árabes Unidos (11), Macau (10).
Abaixo dos 10 casos registados surgem o Reino Unido e o Canadá com 9, Filipinas e Índia com 3, Rússia e Espanha com 2 e Líbano, Israel, Bélgica, Nepal, Sri Lanka, Suécia, Camboja, Finlândia e Egito com um caso cada.
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