Em relação ao número de mortes, o país sul-americano, com 212 milhões de habitantes, acumulou 1.383 óbitos entre domingo e hoje, num total de 295.425 vítimas mortais desde o início da pandemia.
Os números hoje contabilizados ficam abaixo da média da semana anterior, quando foram alcançados novos recordes de vítimas mortais e infeções.
Contudo, segundo explicações da própria tutela, essa diminuição é fruto de uma carência de recursos humanos ao fim de semana para testar e recolher os dados, sendo que estes acabam por ser consolidados às terças-feiras.
A taxa de incidência da covid-19 no Brasil, que atravessa agora o seu momento mais critico da pandemia, subiu hoje para 141 mortes e 5.733 casos por 100 mil habitantes, segundo as autoridades de Saúde.
Das 27 unidades federativas do Brasil, as que concentram maior número de infeções são São Paulo (2.311.101), Minas Gerais (1.036.301), Paraná (799.813) e Rio Grande do Sul (793.008).
São Paulo (67.602), Rio de Janeiro (35.180), Minas Gerais (22.055) e Rio Grande do Sul (17.157) são, por sua vez, os Estados com mais vítimas mortais.
O agravamento da pandemia na nação sul-americana, intensificada por uma nova estirpe do vírus detetada no Amazonas, levou a que vários hospitais entrassem em colapso em várias regiões do país. Exemplo disso é o Distrito Federal (DF), que engloba a capital Brasília, onde cadáveres foram armazenados no chão de corredores em unidades de saúde, segundo relatou o portal de notícias G1.
Em 09 de março, o governador do DF, Ibaneis Rocha, decretou estado de calamidade pública, uma medida que vigorará "enquanto perdurarem os efeitos da pandemia".
Contudo, a medida foi duramente criticada pelo Presidente, Jair Bolsonaro, que entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal exigindo a limitação do poder de prefeitos e governadores de decretar o encerramento temporário de atividades económicas.
Bolsonaro afirmou hoje que ainda não foi convencido a mudar de postura em relação à condução da pandemia e que e não defenderá medidas como um confinamento obrigatório nacional.
"Devo mudar meu discurso? Me tornar mais maleável? Devo ceder, fazer igual a grande maioria está fazendo? Se me convencerem do contrário, eu faço. Mas não me convenceram ainda. Devemos lutar contra o vírus, e não contra o Presidente — disse Bolsonaro, numa cerimónia em Brasília.
"Me chamam de negacionista ou de ter um discurso agressivo, respeitem a ciência, não deu certo", acrescentou o mandatário, referindo-se ao chamado 'lockdown'.
Na contramão da situação que o Brasil vive atualmente, em que governadores e Presidente discordam da gestão da pandemia, a Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu um alinhamento em todas as esferas de poder.
"É um esforço conjunto de todos os atores que realmente reverterá essa tendência de crescimento [das mortes], que está muito rápida e se acelerando muito. Mas estamos preocupados, especialmente, com a taxa de mortalidade, que dobrou em apenas um mês", disse hoje o diretor-geral da OMS, Tedros Adahon.
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