A iniciativa, marcada para as 14:30, pretende ainda denunciar "as barreiras que dificultam o acesso à cultura por parte da generalidade dos jovens trabalhadores", segundo um comunicado divulgado hoje pela organização.

"Pôr a cultura a mexer! Mais salários, mais tempo para o lazer!" é o mote escolhido para esta iniciativa, que, segundo a Interjovem/CGTP-IN, contará com a participação de Libério Domingues, da Comissão Executiva da CGTP-IN, e Nuno Almeida, da União de Sindicatos de Lisboa, além de jovens artistas do distrito, para realizar atos culturais nas áreas da música, poesia e fotografia.

"Fruto das políticas aplicadas por sucessivos governos de baixos salários, de fomento da precariedade e da desregulação dos horários, milhares de jovens encontram dificuldades em planear a sua vida fora do trabalho e ter momentos para o lazer e para a cultura", sustenta a organização, no comunicado.

No entender da Interjovem/CGTP-IN, a cultura "não é apenas mais uma atividade económica, é antes uma fonte de participação, de desenvolvimento individual e coletivo, de defesa da democracia e de progresso social".

Para quarta-feira está marcada uma manifestação, em Lisboa, promovida pela Associação Portuguesa de Serviços Técnicos para Eventos (APSTE), contra as “medidas inexplicáveis” do Governo para o setor, nomeadamente a obrigatoriedade de realização de testes à covid-19 nos eventos culturais.

A associação anunciou “uma nova manifestação, original e sem comprometer as regras atualmente em vigor, devido às “mais recentes medidas assumidas por Governo e Direção Geral da Saúde, em relação aos eventos”, depois das orientações de obrigatoriedade de realização de testes à covid-19 nos eventos culturais, quando o número de espetadores for superior a mil, em espetáculos ao ar livre, e a 500, em espaços fechados.

O promotor Álvaro Covões, da direção da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), em declarações à agência Lusa, na mesma altura, considerou a obrigatoriedade destes testes, antes de eventos culturais, com custos para os espetadores, “uma catástrofe para o setor cultural”.

“Se agora há pouco público, [com teste obrigatório pago] ainda haverá menos - a chatice que é fazer um teste a cada espetáculo. E depois há o princípio da proporcionalidade, em que pode ser mais caro o teste do que o bilhete. É completamente sem nexo e sem organização”, lamentou.

Na base da decisão da APSTE de realizar a manifestação em 30 de junho, em Lisboa, está também “a revelação de que as conclusões referentes aos eventos-piloto ‘estão demoradas’ e não parecem ter data para serem apresentadas”.

A APSTE ocupou, no ano passado, com caixas negras de transporte de equipamento, o Terreiro do Paço, em Lisboa em agosto, e a faixa central da Avenida dos Aliados, no Porto em setembro, contra o imperativo dos despedimentos provocado pela covid-19.

Abrangendo 170 empresas das cerca de um milhar que se estima operar no setor, a APSTE deu conta naquela altura de que 20% delas já tinham iniciado processos de despedimento por falta de liquidez, determinada pela paralisação associada à pandemia, acrescentando à Lusa o presidente da associação que operam no setor 1.500 trabalhadores diretos e 3.000 indiretos.