Tedros Adhanom Ghebreyesus disse, na videoconferência de imprensa regular da OMS sobre a evolução da pandemia da covid-19, a partir da sede da organização, em Genebra, na Suíça, que o comité "está a rever os dados disponíveis" sobre a vacina AstraZeneca/Oxford e que se reunirá na terça-feira.
O anúncio surge quando vários países europeus decidiram, por precaução, suspender a administração desta vacina após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com esta vacina.
Tedros Adhanom Ghebreyesu referiu que, apesar de não haver uma ligação entre a vacina e os casos reportados, "constitui boa prática investigá-los", acrescentando que o comité de peritos da OMS para a segurança das vacinas "está em contacto estreito" com Agência Europeia do Medicamento, que se reúne na quinta-feira para avaliar a vacina AstraZeneca/Oxford.
Na quinta-feira passada, o regulador europeu do medicamento indicou que não existem provas de um aumento de risco de coagulação sanguínea em pessoas vacinadas com este fármaco contra a covid-19.
A OMS tem defendido que "não há razão para não usar esta vacina" e hoje voltou a recomendar a sua utilização.
"Recomendamos que os países continuem a vacinação com a vacina da AstraZeneca", afirmou a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, reiterando que "até agora" não foi encontrada "uma associação" entre os casos reportados na Europa e a toma desta vacina.
"Teremos mais informação amanhã [na terça-feira]", sublinhou, acrescentando que os especialistas "estão a analisar os dados".
O grupo farmacêutico anglo-sueco assegurou, por sua vez, não haver "qualquer prova da existência de um risco aumentado" de se verificarem coágulos sanguíneos causados pela sua vacina.
A vice-diretora-geral da OMS, Mariângela Simão, assinalou hoje que "o risco de não vacinar as pessoas é maior do que o risco de doença grave" de covid-19, apontando que "os dados preliminares não mostram um aumento significativo de casos tromboembólicos na Europa".
Os casos relatados envolveram pessoas vacinadas com dois lotes da vacina AstraZeneca/Oxford produzidos na Europa, frisou, acrescentando que o comité de peritos da OMS vai reunir-se na terça-feira para fazer "uma avaliação mais minuciosa".
A vacina continua a ser administrada em Portugal, uma vez que, segundo as autoridades de saúde e do medicamento, não há provas da ligação com os casos tromboembólicos registados noutros países.
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