O executivo francês indicou, em comunicado de imprensa citado pela agência de notícias Efe, que a proibição de circulação para o Reino Unido começa hoje à meia-noite e afeta tanto a movimentação de passageiros, como o transporte de mercadorias, seja ferroviário, aéreo ou marítimo.

O prazo de 48 horas visa "abrir um período de coordenação" para que os Estados-membros da União Europeia (UE) definam uma doutrina comum sobre a regulação e controle dos fluxos do Reino Unido, indica o comunicado de imprensa.

A proibição das 48 horas vai também ajudar a preparar a nível operacional uma reabertura segura desses mesmos fluxos a partir do dia 22 de dezembro, “que será suportada por um dispositivo de teste obrigatório”.

As autoridades francesas garantiram que velarão pela situação dos cidadãos franceses que nestes dias pretendiam regressar a França para passar as férias de fim de ano em família.

"Pedimos que tomem as providências necessárias para fazer um teste à covid-19", acrescentou o mesmo comunicado.

A decisão foi tomada após um Conselho de Defesa extraordinário focado na situação da saúde no Reino Unido, onde esta nova estirpe do vírus forçou as autoridades locais a estabelecerem medidas restritivas severas devido ao aumento alarmante de casos covid-19.

Nessa reunião participou o Presidente da República francês, Emmanuel Macron, o primeiro-ministro, Jean Castex, e os responsáveis da Saúde, Oliver Véran, Economia e Finanças, Bruno Le Maire, e dos Negócios Estrangeiros, Jean-Yves Le Drian, entre outros.

Antes da reunião, Macron, que está isolado por ter testado positivo para coronavírus na quinta-feira transata, conversou com a chanceler alemã, Angela Merkel, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, para concertarem uma resposta europeia coordenada.

Entre os países que também proibiram ou limitaram as conexões com o Reino Unido estão Itália, Irlanda, Holanda, Bélgica ou Áustria.

As autoridades britânicas alertaram a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a descoberta da nova variante do SARS-CoV-2, que é mais facilmente transmissível, embora não haja provas de que seja mais letal ou que possa ter impacto na eficácia das vacinas desenvolvidas.

O Reino Unido está na lista dos 10 países mais afetados pela pandemia, ao somar mais de dois milhões de casos de infeção e 67.075 mortes.

Fonte do gabinete do Ministério dos Negócios Estrangeiros português anunciou hoje que Portugal segue “com atenção” a evolução da situação epidemiológica no Reino Unido e está a privilegiar a “cooperação estreita” entre as autoridades de saúde dos dois países.