“A Distrital de Leiria da ANAFRE considera urgente o encerramento dos estabelecimentos escolares. Ainda que se diga que as crianças não têm sido, felizmente, das mais afetadas pela pandemia, não deixam de poder ser transmissores do vírus, propagando o contágio aos familiares de mais idade”, refere a associação numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.
A ANAFRE/Leiria adianta que “a movimentação diária de adultos que tem de acontecer por causa dos estudantes se terem de deslocar às escolas inviabiliza um confinamento eficaz”, frisando que “mais vale perder-se um mês de aulas, que pode ser recuperado reorganizando o calendário escolar”, do que “centenas ou milhares de vidas”, que “são irrecuperáveis”.
Para a delegação, nesta fase da pandemia, “em que Portugal está, à escala planetária, com uma das situações mais críticas no que toca a novos infetados e a número de óbitos por dia, importa fazer um confinamento real”.
“Ficar em casa não pode continuar a ser uma regra apenas no papel, sendo relegada para segundo plano pelo elevadíssimo número de exceções”, nota a associação.
Além das escolas, a delegação defende a interdição de “outros espaços públicos, nomeadamente os cemitérios”.
O presidente da ANAFRE/Leiria, Pedro Pimpão, afirmou à Lusa que “os especialistas apontam para um confinamento muito mais rigoroso do que está a existir e a questão das escolas assume um relevo maior”.
“O que defendemos, nos vários níveis de ensino, é que deve ser dada, neste momento, primazia ao ensino à distância”, disse Pedro Pimpão, também presidente da Junta de Freguesia de Pombal, assinalando que “os representantes de professores e do pessoal não docente já se pronunciaram, igualmente, a favor do fecho dos estabelecimentos escolares”.
O distrito de Leiria, com 111 freguesias, registou desde o início da pandemia, em março de 2020, 14.471 casos do novo coronavírus, mantendo-se 4.068 ativos, de acordo com o último boletim da Comissão Distrital de Proteção Civil, divulgado às 00:04 de hoje.
No mesmo período, recuperam da doença 10.056 pessoas, registando-se ainda 347 óbitos.
Em Portugal, morreram 9.246 pessoas dos 566.958 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
O primeiro-ministro, António Costa, disse na terça-feira na Assembleia da República que não hesitará em fechar estabelecimentos de ensino se verificar que a variante inglesa do novo coronavírus, mais contagiosa, se tornou dominante.
A declaração surgiu menos de 24 horas depois de ter anunciado novas medidas de contenção da pandemia, sem, no entanto, alterar a decisão de manter as escolas abertas e com ensino presencial.
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