No final de uma reunião com a Confederação Empresarial de Portugal (CIP), em Lisboa, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado sobre a decisão da Agência Europeia do Medicamento (EMA), que assegurou hoje que a vacina da AstraZeneca contra a covid-19 “é segura e eficaz”, não estando também associada aos casos de coágulos sanguíneos detetados.
A posição surge depois de nos últimos dias vários países europeus, incluindo Portugal, terem decidido por precaução suspender a administração da vacina da AstraZeneca após relatos de aparecimento de coágulos sanguíneos e da morte de pessoas inoculadas com este fármaco.
“O Governo português não pode tomar decisões de suspensão de uma vacina sem critério científico e baseado apenas numa decisão política”, criticou Rodrigues dos Santos, apontando que não existia qualquer evidência científica de que a vacina não fosse segura ou provocava efeitos secundários.
O líder do CDS-PP apelou a que, daqui para a frente, o Governo seja “mais cauteloso” com os “sinais que emite para a sociedade”, para criar “um clima de confiança” na vacinação, sobretudo quando a dependência do país da vacina da AstraZeneca é grande.
Questionado se concorda com o coordenador da ‘task force’ da vacinação na defesa da aquisição da vacina russa caso tenha avaliação positiva da EMA, o líder democrata-cristão respondeu afirmativamente.
“Todas as vacinas desde que sejam admitidas e certificadas pelos reguladores devem poder constituir um leque de possibilidades para a sua administração”, defendeu.
Francisco Rodrigues dos Santos apelou a que a vacinação decorra com “maior celeridade” e acompanhe o processo de desconfinamento em curso.
“É óbvio que tem de se avançar rapidamente para a vacinação do pessoal docente e não docente, porque [as escolas] são uma atividade essencial e estão abertas”, defendeu, apelando a que não haja mais atrasos “por ruído e manifestações políticas”, sem evidências científicas.
O líder do CDS-PP pediu ainda uma maior celeridade à União Europeia na certificação de vacinas, para que este processo possa ser massificado.
“Supostamente [a UE] é o bloco económico mais forte do mundo, mas só temos 4% da população vacinada”, lamentou.
Portugal registou hoje 21 mortes relacionadas com a covid-19 e 485 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Em Portugal, já morreram 16.743 pessoas dos 816.055 casos de infeção confirmados.
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