Em declarações aos jornalistas após a apresentação dos resultados da segunda fase do Inquérito Serológico Nacional Covid-19, no Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em Lisboa, António Lacerda Sales frisou que este tema “ainda está em ponderação”, já depois de o coordenador da ‘task force’ que coordena o programa de vacinação, vice-almirante Gouveia e Melo, ter alertado para a possibilidade de não aproveitamento de 2,7 milhões de vacinas.

“Neste momento, de facto, os normativos dão indicação para idades superiores a 50 anos, mas poderá não ser definitiva. Vai depender da evolução dos estudos, das eventuais complicações que possam surgir ou não, nomeadamente ao nível do tromboembolismo. Portanto, devemos esperar, porque pode haver também evolução nos próprios normativos e essa pode não ser uma decisão definitiva”, afirmou.

Com diversos estudos a indicarem uma diminuição do número de anticorpos contra a doença ao longo do tempo, o governante foi confrontado com a eventual necessidade de uma terceira dose de vacinas, mas recusou usar essa designação e salientou que são precisos mais estudos para se fazer luz sobre este tema.

“Talvez uma terminologia mais feliz seja dose subsequente, porque não sabemos se com uma dose subsequente temos um esquema vacinal completo ou se vamos necessitar - como, por exemplo, na gripe – de vacinar anualmente. Há estudos a decorrer para perceber qual vai ser a implementação dessa dose subsequente relativamente à imunidade”, referiu António Lacerda Sales, acrescentando: “Estamos numa fase do conhecimento em que temos de nos adaptar todos os dias”.

Os resultados da segunda fase do inquérito serológico alertaram para a redução de anticorpos três meses após a infeção pelo vírus SARS-CoV-2, sugerindo a importância de vacinar as pessoas anteriormente infetadas. Perante uma possível redução do prazo de seis meses para o registo de imunidade em doentes recuperados, o secretário de Estado evitou alongar-se em comentários e destacou que esse processo de vacinação vai arrancar a curto prazo.

“Aqueles que já estiveram infetados, ao final de seis meses vão começar a poder ser vacinados e o agendamento começará também em breve. É este o conhecimento e são as normas que vamos respeitar. Com a evolução, se se vierem a verificar novas condições, nomeadamente, ao nível da Agência Europeia do Medicamento, do Centro Europeu para o Controlo de Doenças ou das autoridades nacionais, obviamente adaptaremos o nosso plano de vacinação”, explicou.

A terminar, Lacerda Sales reiterou a sua defesa da continuidade do uso de máscara em pessoas vacinadas, mesmo depois de os Estados Unidos terem aligeirado as regras a este nível na população que já tivesse sido de alguma forma imunizada contra a covid-19-

“Tem de haver robustez científica em todas as decisões que tomamos. Existe robustez científica relativamente à gravidade da doença em relação às pessoas que foram vacinadas – sabe-se que é menos grave a doença -, mas ainda não há uma suficiente robustez científica relativamente à transmissibilidade. Como medida de prevenção, o que estamos a indicar é a continuidade do uso da máscara, distanciamento físico e higienização das mãos”, finalizou.

Em Portugal, morreram 17.009 pessoas dos 842.381 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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