Em comunicado, o executivo madeirense de coligação PSD/CDS, liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, diz ter informado o Ministério da Saúde que tem capacidade para apoiar o Serviço Nacional de Saúde nesta matéria.

“O secretário regional de Saúde e Proteção Civil, Pedro Ramos, já estabeleceu o contacto com a ministra da Saúde, Marta Temido, e a operação da transferência dos doentes covid-19 será operacionalizada assim que obtiver resposta positiva por parte do Ministério da Saúde”, pode ler-se no documento.

Segundo o comunicado, a ministra da Saúde “agradeceu o apoio e a solidariedade demonstrada pelos governantes na Madeira neste momento difícil em que a maioria dos hospitais já estão sem capacidade para internar mais doentes”.

O titular com a pasta da Saúde no arquipélago deu conta nesse contacto que a Madeira “dispõe de camas, de equipamentos e de recursos humanos diferenciados para tratar doentes covid-19″ e que também tem em funcionamento um Serviço de Medicina Intensiva de nível máximo de diferenciação para tratamento de doentes críticos.

No comunicado é referido que, “inicialmente, o Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, poderá receber até três doentes”.

Contudo, Pedro Ramos admite que a região possa aumentar essa capacidade, tudo dependendo da evolução da situação epidemiológica da covid-19 na Região Autónoma da Madeira.

De acordo com o governo madeirense, a operação de transferência de doentes covid-19 dos hospitais do continente português para o Hospital Dr. Nélio Mendonça terá a participação da Força Aérea, através do Comando Operacional da Madeira.

De acordo com os dados divulgados na terça-feira pela Direção Regional de Saúde, estavam internados no hospital do Funchal 64 pessoas, das quais 56 em unidade polivalente e oito na unidade de Cuidados Intensivos.

Neste boletim epidemiológico, a autoridade regional de Saúde reportou que a Madeira registou 160 casos de covid-19, um novo máximo diário, entre os quais 48 foram identificados num lar de idosos, e reportou mais um óbito associado à doença, totalizando 35.

A região registava na terça-feira 1.946 casos ativos, dos quais 1.830 são de transmissão local e 116 importados.

A Ordem dos Médicos afirmou hoje que os hospitais da região de Lisboa e Vale do Tejo estão a chegar ao “final da linha”, uma vez que já não conseguem ampliar o número de internamentos nos cuidados intensivos.

Em declarações à agência Lusa, o presidente do Conselho Regional do Sul da Ordem dos Médicos, Alexandre Valentim Lourenço, explicou que os hospitais estão a trabalhar além do planeamento de contingência feito no início da pandemia.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde afirmou hoje que o Governo está atento às diferentes taxas de esforço dos hospitais da Área Metropolitana de Lisboa, por forma a haver um maior equilíbrio.

“Estamos atentos às taxas de esforço de forma a equilibrarmos essas taxas de esforço, para que não haja hospitais com 50%, 60% ou 70% e outros com 25% e 30%”, disse António Lacerda Sales, que falava aos jornalistas após uma visita a uma estrutura de retaguarda de combate à covid-19, instalada no Hospital Militar de Coimbra.

O secretário de Estado respondia a questões dos jornalistas sobre um documento conjunto das administrações de sete hospitais da Área Metropolitana de Lisboa, que criticaram a distribuição de doentes entre os hospitais da região, referindo que as unidades periféricas têm uma maior taxa de esforço do que as centrais.