A situação de emergência para o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, mantém-se apesar de a atual vaga de infeções globais, com números recorde, não ser acompanhada por um aumento de mortes, uma vez que muitos novos casos são ligeiros, disse a OMS.
"Esta pandemia está longe de acabar, e com o incrível crescimento global da Ómicron, novas variantes podem surgir", advertiu o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na habitual videoconferência de imprensa da organização sobre a evolução epidemiológica da covid-19.
Ghebreyesus reiterou que, apesar de ser menos grave, a Ómicron está a causar hospitalizações, a maioria entre pessoas não vacinadas, e mortes.
"Mesmo os casos menos graves estão a inundar as unidades de saúde", alertou, assinalando que, em muitos países, "as próximas semanas vão continuar a ser críticas para os profissionais e sistemas de saúde".
"Peço a todos que façam o melhor para reduzir o risco de infeção, para que possam ajudar a aliviar a pressão dos sistemas" de saúde, apelou o dirigente da OMS, enfatizando que a vacinação "é a chave para proteger os hospitais de ficarem sobrecarregados", porque continua eficaz a prevenir a doença grave e a morte.
Segundo a OMS, na semana passada foram reportados mais de 18 milhões de novos casos de infeção no mundo. O número de mortes por covid-19 "manteve-se estável".
O Comité de Emergência da OMS, que se reuniu durante mais de quatro horas em 14 de janeiro, aconselhou Tedros Adhanom Ghebreyesus a manter o nível de alerta, tendo este aprovado a proposta, segundo um comunicado divulgado hoje.
Presidido por Didier Houssin, o comité, que se reúne aproximadamente de três em três meses para analisar a evolução da pandemia, considerou que o risco global associado à covid-19 permanece elevado, devido em parte ao aumento de novas variantes do coronavírus SARS-CoV-2, como a Ómicron, que já é dominante no planeta.
Entre as recomendações emitidas pelo comité na sua sexta reunião está o apelo para que a OMS acelere a investigação sobre a eficácia das vacinas e a duração da imunidade que elas proporcionam.
Também sugere que as restrições às viagens internacionais devem ser limitadas e baseadas em provas, depois de o alerta da variante Ómicron, do passado mês de novembro, ter afetado novamente o tráfego aéreo global, o que não impediu a transmissão da nova estirpe do coronavírus.
Dada a distribuição desigual das vacinas a nível mundial e as dúvidas sobre a sua eficácia em parar a transmissão, o comité insiste que os governos não devem exigir provas de vacinação aos viajantes internacionais.
Os peritos da OMS acreditam que, embora as vacinas tenham perdido eficácia na prevenção da infeção e transmissão do coronavírus, ainda são eficazes na prevenção de formas graves da doença, incluindo casos fatais.
A covid-19 provocou 5.543.637 mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 19.380 pessoas e foram contabilizados 1.950.620 casos de infeção, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante e muito contagiosa pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral e, desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta em novembro, tornou-se dominante no mundo.
[Notícia atualizada às 18:20]
Comentários