“Os polícias agredidos tiveram necessidade de receber tratamento hospitalar”, avançou, em comunicado, a Polícia de Segurança Pública (PSP).
Os crimes de agressão e injúria a agentes de autoridade ocorreram na terça-feira, pelas 18:00, em Loures, distrito de Lisboa, após os polícias terem sido alertados para um grupo de pessoas que se encontrava “a consumir bebidas alcoólicas e a confraternizar livremente na via pública, desrespeitando as restrições impostas pelo estado de emergência”, no âmbito do combate à pandemia da covid-19.
“Ao chegar ao local, os polícias foram recebidos e ameaçados de forma hostil, não tendo o grupo de indivíduos acatado as ordens legais e legítimas que lhes foram dirigidas, no sentido de recolherem ao domicílio”, indicou a PSP, referindo que apenas foi possível deter um dos incumpridores.
O suspeito detido tem 37 anos e, ao aperceber-se que iria ser algemado, “desferiu diversos pontapés nos polícias”.
“Não obstante, os polícias lograram manietar e deter o agressor, sendo que os restantes incumpridores se colocaram em fuga para parte incerta”, adiantou a PSP.
No decorrer da detenção do suspeito de agredir os agentes de autoridade, a PSP deteve a sua filha, uma mulher de 21 anos, porque “saiu da residência e injuriou gravemente os polícias”.
Assim, os dois detidos, um homem de 37 anos e a sua filha, de 21 anos, são “suspeitos da prática dos crimes de agressão e injúria a agente de autoridade, respetivamente”.
Em comunicado, a polícia informou que a jovem detida foi notificada para comparecer no Tribunal Judicial da Comarca de Loures para aplicação das medidas de coação, enquanto o detido recolheu às celas de detenção para que “no mesmo dia fossem ambos presentes no mesmo tribunal”.
Na perspetiva do Comando Metropolitano de Lisboa da PSP, “estas detenções serão impactantes para que o fenómeno de agressões a polícias, prioritário em termos de intervenção policial, possa sofrer decréscimos assinaláveis pela dissuasão de grupos de autores com pretensões desta natureza”.
Neste âmbito, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP assegura que se mantêm as mais rigorosas normas de autoproteção dos polícias, bem como as medidas de prevenção criminal necessárias ao fortalecimento do sentimento de segurança das populações, face à gravidade e ao impacto deste tipo de ações criminosas na opinião pública.
“Não será um episódio por si só que colocará em causa todo o esforço que os polícias da PSP têm desenvolvido no sentido de apoiarem a luta contra esta epidemia, expondo-se continuamente a riscos de contágio elevados, bem como padecendo de diversas privações, tendo ainda de se deparar, confrontar e dominar este tipo de comportamentos de incumprimento e até mesmo de índole criminosa”, reforçou esta força de segurança.
Até terça-feira, a PSP e a Guarda Nacional Republicana (GNR) detiveram 32 pessoas pelo crime de desobediência e encerram 54 estabelecimentos no âmbito do terceiro período do estado de emergência devido à pandemia de covid-19, indicou o Ministério da Administração Interna (MAI).
Desde que foi decretado o estado de emergência, a 22 de março, 324 pessoas foram detidas por desobediência e 2.194 estabelecimentos comerciais foram encerrados.
Em comunicado, o MAI referiu que, entre as 00:00 de 18 de abril e as 17:00 de terça-feira, foram detidas 32 pessoas por crime de desobediência, 11 das quais por desobediência à obrigação de confinamento obrigatório, 19 por desobediência ao dever geral de recolhimento domiciliário, uma por desobediência ao encerramento de instalações e estabelecimentos e outra por desobediência às regras de funcionamento na prestação de serviços.
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