André Silva falava aos jornalistas no Palácio de Belém, em Lisboa, depois de uma reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que está a ouvir os partidos políticos com assento parlamentar sobre a situação sanitária, política e económica do país, o Orçamento Suplementar para 2020 e o Programa de Estabilização Económica e Financeira do Governo.

Ressalvando que não conhecia ainda as medidas entretanto anunciadas pelo Governo para a região de Lisboa e Vale do Tejo, que se escusou por isso a comentar para já, o porta-voz do PAN considerou que "foi cedo o levantamento do estado de emergência" em Portugal e que isso poderá ter promovido "uma falsa segurança" e "algum facilitismo".

"O estado de emergência ao manter-se continuaria em termos psicológicos a manter junto dos cidadãos a exigência de um comportamento mais responsável", argumentou.

O porta-voz e deputado do PAN manifestou "grande preocupação" com o aumento do número de casos e defendeu que "deve haver aqui medidas um pouco mais restritivas e eventualmente também punitivas" para fazer face aos "comportamentos menos responsáveis".

Questionado sobre a possibilidade de haver uma cerca sanitária na região de Lisboa, respondeu: "Nós não afastamos esse cenário, se as entidades de saúde pública chegarem a essa conclusão. Agora, neste momento parece-me que é precipitado, face aos dados e às medidas, que ainda não as li, estar a tomar uma posição definitiva sobre essa questão".

Quanto ao Orçamento Suplementar para 2020, em relação ao qual o PAN se absteve na generalidade, André Silva disse ter transmitido ao Presidente da República que o seu partido discorda do apoio "residual" ao setor da cultura e apresentará propostas nessa matéria em sede de especialidade.

André Silva manifestou-se também contra "o dinheiro que vai ser injetado na TAP sem que existam contrapartidas ambientais" e reivindicou um aumento do montante para bolsas de estudo no ensino superior.

De acordo com o relatório de hoje da Direção-Geral da Saúde (DGS), desde domingo registaram-se mais quatro mortes com covid-19 e mais 259 infetados, a maioria na Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde tem surgido a maioria dos novos casos.

Em Portugal, os primeiros casos desta doença provocada por um novo coronavírus foram confirmados no dia 02 de março e já morreram 1.534 pessoas num total de 39.392 casos contabilizados.