Há que vacinar o máximo possível, como a melhor garantia para fazermos frente a esta pandemia”, afirmou, em declarações em Matosinhos, à margem de uma visita às oficinas da CP de Guifões.
Aos jornalistas, o líder comunista defendeu que, mais do que recuar no desconfinamento, é o aumento da vacinação que cria as condições necessárias para que o país avance no desconfinamento.
“Não é o confinamento que substitui a importância das vacinas, temos de fazer esta opção. E creio que a opção é clara em relação a este caminho a trilhar, porque muitas das medidas que tem sido tomadas no plano do confinamento são incoerentes”, declarou.
Questionado sobre o apelo dos peritos de saúde pública, que em declarações ao Jornal Público, defenderam a aposta numa campanha capaz de garantir a adesão das pessoas às medidas de distanciamento social, Jerónimo de Sousa afirmou que, se “há défice comunicacional” era importante “explicitar melhor” as condições que o país enfrenta.
“As pessoas não percebem, e quando as pessoas não percebem alguma coisa está mal. E naturalmente a culpa não é de as pessoas não perceberem. Esta ou aquela exceção aqui, depois do outro lado já não exceção. É uma dificuldade que as pessoas tem de compreender”, observou.
Os especialistas, ouvidos pelo jornal “Público”, dizem que o Governo está a falhar na comunicação e exigem alterações na matriz de risco e eficácia na comunicação das medidas de controlo e prevenção.
“Temos de acabar de vez com este folclore sobre se vamos confinar, reconfinar ou desconfinar”, aconselha o professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Paulo Santos.
Além de acelerar a vacinação, o docente acredita que, o Governo tem de lançar “uma campanha maciça, muito clara, rigorosa e transparente, que dê às pessoas ferramentas para poderem orientar a sua vida”.
Na mesma linha de ideias, o coordenador do gabinete de crise para a covid-19 da Ordem dos Médicos, Filipe Froes, pede uma campanha “capaz de garantir a adesão da população às medidas de controlo e prevenção".
Para Filipe Froes o recolher deveria ser obrigatório em todo o país.
O Conselho de Ministros reúne-se hoje para decidir novas medidas para travar o aumento de casos de covid-19.
Há 26 concelhos em risco de recuar no desconfinamento para o mesmo nível em que se encontra Lisboa, com medidas mais apertadas, nomeadamente o Porto, que na semana passada já deu um passo atrás.
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