Na intervenção com que abriu o debate com o governo, marcado pelo PCP, sobre os problemas nos lares de idosos em tempos de pandemia, a deputada comunista Diana Ferreira repetiu por seis vezes que "é urgente" dotar estas estruturas de meios para "proteger" os "mais desprotegidos".

"É urgente", pediu, mais trabalhadores, mas sem ser em condições de precariedade, reforçar meios de proteção individual, máscaras, por exemplo, para funcionários e idosos, e mais condições para identificar contágios e fazer isolamento dessas situações.

"É urgente", insistiu, que a Segurança Social "acompanhe e fiscalize" as "instituições, os meios e as condições para o cumprimento dos planos de contingência, e se consiga "inverter a proliferação de lares ilegais e as listas de espera".

Diana Ferreira prometeu que o PCP irá apresentar, ainda esta semana, iniciativas no parlamento que "respondam a estes problemas".

Da parte da ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, não se ouviram respostas diretas aos pedidos do PCP, mas Ana Mendes Godinho enumerou grande parte dos apoios decididos ou em execução pelo Governo, em milhões e meios, desde o início da crise epidémica, em março de 2020.

Ana Mendes Godinho expressou a sua "eterna gratidão" a todos quantos, desde março, estão a dar apoio nos lares e disse que este é o tempo de "ação e missão", neste caso uma "missão no terreno com quem precisa", "enfrentando os problemas sem baixar os braços".

A ministra destacou, nomeadamente, um reforço de “465 milhões para ajudar as instituições a fazerem face a este momento”, ou ainda um programa destinado a técnicos qualificados para lares, que “teve candidaturas para 917 pessoas no reforço, de forma permanente dos quadros das instituições.

Por outro lado, destacou a ação das chamadas brigadas de intervenção rápida, para casos de emergência em lares onde os funcionários ficam infetados, com 557 pessoas, que foram ativadas 363 vezes em surto e estão hoje “em 99 surtos ativos”.

Ana Mendes Godinho também se referiu ao plano de vacinação que já permitiu vacinar “165 mil pessoas nestas instituições”.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.176.000 mortos resultantes de mais de 100 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 11.608 pessoas dos 685.383 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

Hoje foram atingidos novos recordes, com 303 mortos e 16.432 infeções em 24 horas.