A polícia utilizou gás lacrimogéneo para dispersar os cerca de 8.000 manifestantes que recusavam abandonar o local, segundo uma jornalista da agência France Presse.
As forças de segurança deram conta de sete detenções e de vários lançamentos de projeteis contra os seus agentes.
A dispersão foi ordenada porque os manifestantes não usavam máscara e não respeitavam o distanciamento social, mas a maioria manteve-se no local, gritando “Nós somos o povo”, “o confinamento já chega” e “defendamos as nossas liberdades”, segundo a jornalista da AFP.
Ao mesmo tempo, os deputados estavam a votar uma reforma da lei sobre a proteção contra as contaminações. Ela deve ser aprovada dado que a coligação entre os conservadores e os sociais-democratas dispõe de uma maioria na câmara baixa do parlamento.
Para o governo, é fundamental assumir o controlo da gestão da pandemia, que já causou mais de 80.000 mortos. Apesar de a campanha de vacinação ter acelerado, a terceira vaga de infeções ainda não atingiu o pico, segundo os virologistas.
“Vacinar e testar não é suficiente” para “quebrar esta terceira vaga”, disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, perante a assembleia, qualificando a situação, marcada por um novo afluxo de doentes covid aos hospitais, de “muito séria”.
Para entrar em vigor, a lei deve ser aprovada na quinta-feira pelo Bundesrat (Conselho Federal).
O seu objetivo é aumentar as competências do poder central ao nível da saúde e da educação, normalmente prerrogativas das regiões.
Permite impor um bloqueio severo da vida pública, previsto inicialmente até 30 de junho, sempre que a taxa de incidência, que mede as infeções numa semana, seja superior a 100 durante três dias.
O desencadear automático deste “travão de emergência” deve acabar com as tensões com as regiões, algumas das quais ignoraram as medidas restritivas aprovadas com o seu aval.
A abordagem não é óbvia numa Alemanha muito apegada ao seu sistema federalista instaurado por iniciativa dos aliados após o fim do regime autoritário nazi, muito centralizado.
Face às críticas, o governo flexibilizou o plano inicial, mas não abandonou a ideia de um recolher obrigatório geral.
A diversidade de regras entre uma região e outra alimentou uma confusão e uma frustração crescentes no seio da população.
Nas últimas 24 horas o número de infeções foi de quase 23.000 e a taxa de incidência diminuiu ligeiramente para 160,1 em média.
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