Segundo o boletim epidemiológico desta segunda-feira, Portugal soma agora 1.620 óbitos e 44.129 casos confirmados de covid-19. 29.166 pessoas já recuperaram da doença provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2.
Estão internados 513 doentes, dos quais 74 em unidades de cuidados intensivos.
As autoridades de saúde atualizaram esta tarde os números de casos confirmados de covid-19 em Portugal.
Segundo a edição de hoje do 'Jornal de Notícias', há municípios cujos dados não estão a ser atualizados devidamente. A Direção-Geral da Saúde anunciou ontem que ia deixar de indicar os números por município, enquanto está "a realizar a verificação de todos os dados com as autoridades locais e regionais de saúde, que ficará concluída durante os próximos dias".
"Nunca tivemos um sistema tão escrutinado", afirmou a diretora-geral da saúde, quando questionada sobre as notas quanto aos dados no boletim. "Creio que devemos estar orgulhosos do caminho que fomos fazendo", completou.
A diretora-geral da Saúde garantiu hoje que os dados sobre o número de casos de covid-19 em Portugal são fiáveis, observando que a informação dos boletins diários está "o mais perto possível da realidade".
“Não tem nada a ver com esconder casos. O nível de casos reportado a nível nacional é o número do qual temos conhecimento”, assegurou Graça Freitas na conferência de imprensa regular sobre a pandemia em Portugal, onde foi questionado sobre as dúvidas quanto aos dados dos boletins diários.
A diretora-geral da Saúde frisou que o número total de casos confirmados fornecidos diariamente ao país “é fiável” e que nos últimos meses melhorou na forma como “é extraído compilado e rapidamente transmitido a todos os portugueses e a nível internacional”.
Graça Freitas sustentou que os “afinamentos a fazer” não são em relação ao número total de casos, mas em relação aos concelhos.
Em termos percentuais, aumento do número de óbitos foi 0,4%, (passou de 1.614 para 1.620) e o aumento do número de infetados foi de 0,5%, (de 43.897 para 44.129).
A DGS regista ainda mais nove internamentos nas últimas 24 horas, passando para 513 doentes, e mais um nos cuidados intensivos, onde estão agora 74 pessoas.
Lisboa e Vale do Tejo, com um total de 20.722 infetados, permanece como a região onde se regista o maior número de novos casos, com mais 195 nas últimas 24 horas.
Contudo, o boletim volta a referir que há 200 casos ainda por incluir no total na Região de Lisboa e Vale do Tejo, referentes a testes realizados por um laboratório privado que em três dias da semana passada não os registou no sistema para o efeito, estando a sua distribuição ainda a ser analisada pelas autoridades de saúde.
Depois de Lisboa e Vale do Tejo surge a Região Norte (17.766 casos), a Região Centro (4.195), o Algarve (663) e o Alentejo (539). Os Açores têm 151 infetados e a Madeira 93.
Há no país 11 concelhos com mais de 1.000 casos de doentes infetados, uma lista liderada por Lisboa (3.645), seguida por Sintra (2.850), Loures (1.910), Amadora (1.780), Vila Nova de Gaia (1.678) e Porto (1.414).
A DGS indica no boletim de hoje que, devido a um erro informático, não é apresentado o quadro das idades relativo aos infetados, sublinhando que a situação será corrigida "com a maior brevidade possível".
Quanto aos óbitos, a região com maior número é o Norte (820), seguida de Lisboa e Vale do Tejo (507), a região Centro (248) e o Alentejo, Algarve e Açores, com 15 vítimas mortais cada.
Por faixas etárias, o maior número de óbitos concentra-se nas pessoas com mais de 80 anos (1.075), seguidas das que tinham entre 70 e 79 anos (310) e entre os 60 e 69 anos (148). Há 53 óbitos entre os 50 e 59 anos, 20 entre os 40 e 49, dois entre os 30 e os 39 e outros dois entre os 20 e os 29 anos.
As autoridades de saúde mantêm sob vigilância 31.485 contactos de pessoas infetadas e há 1.182 pessoas que aguardam resultados laboratoriais.
O número de doentes dados como recuperados também registou um aumento, havendo hoje mais 149 pessoas recuperadas, registando-se agora um total de 29.166 casos nessa situação.
Governo admite necessidade de melhorar sistema de notificação
O secretário de Estado da Saúde admitiu hoje a necessidade de melhorar a integração das plataformas de registo e notificação de doentes infetados com o novo coronavírus.
“Precisamos de uma melhor integração de plataformas, nomeadamente o Sinave Lab, o Sinave Med e o Trace Covid, para termos uma radiografia mais fina da situação. E estamos a trabalhar nisso, enquanto se continua a combater a pandemia em direto”, disse António Lacerda Sales, durante a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia em Portugal.
O balanço diário da Direção-Geral da Saúde reflete os dados que são introduzidos nas duas vertentes da plataforma denominada Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (Sinave), mas por vezes essa notificação é feita com algum atraso.
“Temos de conhecer a realidade no terreno para melhor adequar a resposta e é também por isso que temos solicitado a notificação atempada de casos por parte dos profissionais de saúde”, referiu António Lacerda Sales.
Numa intervenção inicial, o secretário de Estado reconheceu que o país não estava preparado para “uma epidemia desta escala”, mas recordou aquela que considerou ser uma boa resposta do Serviço Nacional de Saúde.
“Além de registarmos menos óbitos, tivemos uma menor pressão nos serviços de saúde e testamos mais do que a maioria dos países da Europa”, sublinhou, acrescentando que o país utilizou as ferramentas que estavam disponíveis, melhorou-as e criou novas, como a plataforma Trace Covid.
“Há neste momento 77.867 profissionais de saúde com acesso à plataforma e mais de 700 mil utentes inseridos, estando mais de 16.500 em vigilância clínica”, adiantou.
A diretora-geral da Saúde também aproveitou a conferência de imprensa para referir outro tema, além da covid-19, apelando a cuidados acrescidos durante os próximos dias, em que se preveem temperaturas elevadas.
“O grande apelo que nós fazemos é para que as pessoas, sobretudo as mais vulneráveis, se hidratem, que se protejam do calor intenso, que utilizem roupa adequada e que arejem as suas habitações”, sublinhou.
“São conselhos genéricos, todos nós os conhecemos, mas nestas alturas em que estamos preocupados com a covid-19 e com a epidemia, não podemos descorá-los”, acrescentou.
Instituto Ricardo Jorge está a preparar novos estudos serológicos
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) está a preparar três novos estudos sobre imunidade à covid-19, dedicados a pessoas infetadas com o novo coronavírus, profissionais de saúde e mães e recém-nascidos.
O anúncio foi hoje feito pelo presidente do Insa, Fernando Almeida, durante a habitual conferência de imprensa sobre a pandemia em Portugal, no Ministério da Saúde.
Os três estudos que estão, neste momento, em cima da mesa vão partir dos resultados preliminares no primeiro inquérito serológico que deverão ser conhecidos ainda em julho.
Olhando para os doentes infetados com o novo coronavírus, o objetivo do Insa, segundo Fernando Almeida, passa por perceber o nível de anticorpos e o nível de imunização decorrentes da doença, e no caso das grávidas e recém-nascidos perceber se uma mãe que tenha estado infetada pode ou não transmitir anti-corpos ao bebé.
Sobre o estudo dedicado a profissionais de saúde, o presidente do Insa afirmou que o instituto português já foi abordado pela Organização Mundial de Saúde, que demonstrou interesse no projeto e se manifestou disponível para apoiar com recursos materiais.
Para já, o Insa está a trabalhar no inquérito serológico iniciado em maio, e cuja primeira fase terminou na sexta-feira.
Segundo Fernando Almeida, a amostragem inicialmente prevista de 2.072 participantes foi ultrapassada, mas o presidente do instituto não precisou quantas pessoas responderam ao inquérito, afirmando que é possível que ainda recebam mais análises ao longo da semana.
Os primeiros resultados serão conhecidos entre as duas últimas semanas de julho, mas depois seguem-se novos inquéritos que permitirão uma análise mais fina da imunidade em Portugal.
“Esperamos perceber concretamente a proporção de casos de pessoas com algum nível ou com um nível elevado de anticorpos”, disse Fernando Almeida, explicando que os testes utilizados nesta altura do inquérito permitem apenas identificar a presença de anticorpos.
O primeiro inquérito será repetido em cinco meses e, posteriormente, de três em três meses, durante um ano. “Isto sempre de acordo com a situação epidemiológica”, ressalvou Fernando Almeida.
O secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, aproveitou também a conferência de imprensa para sublinhar a importância do trabalho do Insa, afirmando que os resultados dos inquéritos serológicos vão permitir preparar da melhor forma a resposta à covid-19 no futuro.
“Vai determinar a extensão da infeção na população geral residente em Portugal, comparar as taxas de seropositividade específicas para a idade e para a região, estimar a fração de infeções assintomáticas ou subclínicas e monitorizar a evolução da imunidade da população ao longo do tempo”, explicou.
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