“A realização deste evento merece, por isso, da parte do PSD, um profundo sentimento de repulsa e necessidade de atuação firme na sua denúncia e sinalização”, avançou o presidente do PSD de Loures, Nelson Batista, manifestando “espanto e incredulidade” relativamente à decisão do PCP de manter a realização do seu congresso, entre 27 e 29 de novembro, no concelho de Loures.

Acusando o presidente da Câmara de Loures, Bernardino Soares (PCP), de ter “uma atitude irresponsável” ao afirmar que “o estado de emergência não suspende as atividades políticas”, o social-democrata Nelson Batista disse que o estado de emergência devido à covid-19, em vigor desde 04 de novembro e até 23 de novembro, “não prevê a realização de eventos de cariz político”.

“Por esta razão entendemos, tendo em conta igualmente as informações e pareceres da Direção-Geral da Saúde (DGS) e da Organização Mundial de Saúde (OMS), que a realização deste evento representa, lamentavelmente, um profundo desrespeito e desconsideração pelos lourenses e, a grande escala, para com todos os portugueses”, declarou o presidente do PSD de Loures, “condenando veementemente” a realização do Congresso do PCP.

Lembrando que Loures integra a lista de concelhos com risco elevado de propagação da covid-19, em que se aplicam medidas restritivas como o recolher obrigatório, Nelson Batista classificou a decisão dos comunistas como “imprudente, incauta e negligente”, numa altura em que aumenta o número de infeções e de óbitos resultantes da covid-19, em que se encerram urgências em vários hospitais e “em que a escassez de profissionais de saúde é evidente e coloca o Serviço Nacional de Saúde num estado ainda mais débil”.

“Nunca os interesses partidários do PSD estarão acima da necessidade de combater esta pandemia”, reforçou o social-democrata, referindo que o bem-estar e saúde da população são uma preocupação premente para o PSD de Loures.

O Presidente da República considerou hoje "desejável" que o Congresso do PCP decorra de acordo com as regras do estado de emergência, apesar de a lei salvaguardar reuniões políticas.

O XXI congresso nacional do PCP, de 27 a 29 de novembro, em Loures, vai ter metade dos delegados, cerca de 600, comparativamente à reunião de 2016, devido à pandemia, disse na quarta-feira fonte partidária.

Numa resposta a perguntas da agência Lusa, o gabinete de imprensa dos comunistas afirmou que o congresso, "atendendo às circunstâncias, terá uma participação de delegados menor (cerca de 50%), sem presença de convidados nacionais e estrangeiros".

O PCP garantiu ainda condições de "proteção sanitária" para todos os participantes.