“Desde as 18:00 que intensificámos os controlos rodoviários. Não se trata propriamente de uma fiscalização, mas de um controlo no contexto do estado de emergência para saber qual é o motivo das deslocações”, disse à agência Lusa o porta-voz da Direção Nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP), intendente Nuno Carocha.
Os portugueses estão confinados ao concelho de residência, exceto por motivos de saúde ou trabalho, a partir 00:00 de quinta-feira e até às 24:00 de segunda-feira, devido à pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).
O porta-voz da PSP explicou que este controlo rodoviário – que está a decorrer em todo o país - é necessário porque os cidadãos sabem que “as regras mudam a partir da meia-noite” e poderiam estar tentados a “antecipar a viagem pensando que não haveria um tão forte controlo” das autoridades.
A PSP verificou que algumas pessoas estavam a tentar “ir de férias mais cedo” e quiseram fazer a viagem antes da entrada em vigor das restrições de circulação.
Em alguns locais, como, por exemplo, no acesso à ponte 25 de Abril, em Lisboa, verificou-se a formação de filas de automóveis, mas o intendente Nuno Carocha explicitou que esta situação não é “indiciador de que metade de Lisboa esteja na rua”.
As filas formaram-se porque a PSP está a fazer o “controlo de todas as viaturas, não é um controlo aleatório, nem estão todas as faixas de rodagem disponíveis”, acrescentou.
As medidas, previstas no artigo "Limitação à circulação no período da Páscoa" do decreto do Governo que regulamenta a renovação do estado de emergência no país, abrangem cinco dias, num ano em que o executivo optou por dar tolerância de ponto aos funcionários públicos na quinta e segunda-feira.
Quem trabalhar fora do concelho de residência deve munir-se, neste período, de uma declaração escrita da entidade empregadora para fazer as deslocações, mesmo quem circule em transportes públicos.
O SARS-CoV-2, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,4 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 86 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 280 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 380 mortes e 13.141 casos de infeções confirmadas.
Dos infetados, 1.211 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 196 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.
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