"Fomos surpreendidos ontem [segunda-feira] pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, que nos enviou um ofício a dizer que tinha dado ordens para a retirada daquele equipamento", afirmou Edgar Santos, dirigente no Alentejo do SEP, em declarações à agência Lusa.

Na semana passada, o SEP tinha manifestado dúvidas sobre a adequação das máscaras cirúrgicas reutilizáveis, tendo enviado pedidos de informação urgente à ARS do Alentejo e aos conselhos de administração do Hospital do Espírito Santo de Évora e da Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, que gere o hospital de Beja.

Hoje, o sindicalista congratulou-se com a recolha das máscaras pelas autoridades, mas sublinhou que o SEP vai "estar atento para verificar se a orientação da ARS do Alentejo está a ser cumprida no terreno", porque "não basta colocarem no oficio".

No ofício da ARS, divulgado pelo sindicado, pode ler-se que "devido à polémica gerada em volta das máscaras e porque nunca esteve em causa a proteção dos profissionais", a ARS do Alentejo contactou o fornecedor, que informou que as máscaras "deveriam ser recolhidas e devolvidas".

A ARS do Alentejo indicou no documento que "nunca foi obrigatório para nenhum profissional o uso desta tipologia de dispositivo médico existindo sempre alternativa" e que "foram sempre utilizadas de acordo com a Norma 07-DGS e garantidas as condições para o seu reprocessamento, definidas pelo fabricante".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 75 mil.

Em Portugal, segundo o balanço feito na terça-feira pela Direção-Geral da Saúde (DGS), registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).

No Alentejo, segundo a DGS, há 85 casos de infeção confirmados e ainda não se registou qualquer morte por covid-19.