O pré-candidato democrata à Casa Branca, Bernie Sanders foi o primeiro a cancelar um comício previsto para esta noite no estado de Ohio, nos EUA.

"Devido às preocupações de saúde e segurança pública, vamos cancelar a reunião desta noite em Cleveland", disse o diretor de comunicações de Sanders, Mike Casca, num comunicado. "Vamos respeitar as advertências dos funcionários do estado de Ohio, que expressaram a sua preocupação por organizar grandes eventos em espaços fechados durante a epidemia de coronavírus", acrescentou.

Depois de Sanders, o seu principal adversário, Joe Biden, também optou pelo cancelamento do seu evento no mesmo estado.

"De acordo com as diretrizes dos funcionários públicos e por precaução, o nosso comício em Cleveland, Ohio, desta noite, foi cancelado", indica um comunicado emitido pela diretora de comunicação da campanha de Biden, Kate Bedingfield.

Ambos os cancelamentos são os primeiros sinais de que o coronavírus começa a afetar a normalidade social e política nos EUA, onde mais de 800 pessoas já foram infetadas, tendo 23 delas morrido, a maioria no estado de Washington, na costa oeste.

Os comícios de Biden e Sanders, que concorrem juntamente com Tulsi Gabbard, deveriam ocorrer nas vésperas de mais uma "super terça-feira", em que os eleitores do Michigan e de outros cinco estados americanos nas primárias democratas, mais uma etapa na corrida eleitoral para escolher quem enfrentará o presidente Donald Trump nas urnas em novembro.

Trump diz que não precisa fazer teste para coronavírus 

Entretanto, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que não teria problemas em fazer o teste para diagnóstico do novo coronavírus, mas acrescentou que o seu médico afirmou que não é necessário, embora tenha tido contato com vários legisladores que optaram pela quarentena preventiva.

"Sinto-me extremamente bem. Sinto-me muito bem, mas acho que não é grande coisa fazer o teste, que é algo que eu faria", disse Trump à imprensa em Washington.

No entanto, o médico da Casa Branca informou-o que "não há razão para fazer isso", acrescentou o presidente norte-americano. "Não há sintomas, não há nada", declarou.

A saúde de Trump esteve no centro das atenções nos últimos dias, à medida que o novo coronavírus se expande pelos Estados Unidos, especialmente depois de três legisladores republicanos que se reuniram com o presidente terem sido expostos recentemente a uma pessoa infectada.

Um dos que decidiram pela quarentena voluntária foi o escolhido por Trump para ser seu chefe de gabinete, Mark Meadows, embora o resultado do seu teste tenha sido negativo.

Outro, Matt Gaetz, que viajou com Trump no avião presidencial na segunda-feira, informou nesta terça que se submeteu a um exame e que o resultado também foi negativo.

A epidemia de Covid-19, provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.250 mortos.

Cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 631 mortos e mais de 10 mil contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.