“Não sabemos ainda o que acontecerá em 2022, nomeadamente o que será a quarta dose, em que formato será a quarta dose e como poderá ser dada ou mesmo se será necessária. Agora temos que estar preparados para todas as eventualidades e creio que é importante pensarmos, discutirmos e planearmos o futuro”, referiu o governante que falava aos jornalistas à margem de uma visita à unidade de Vila Real do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou hoje, em Bruxelas, que Portugal já pediu vacinas a contar com uma eventual quarta dose, dada a populações mais fragilizadas. Estas inoculações, explicou, estarão disponíveis a partir da primavera e desde logo preparadas para a nova variante da covid-19, a Ómicron.
Relativamente à vacinação da terceira dose, Serras Lopes considerou que “está a correr no ritmo previsto".
Sobre novas medidas para travar a covid-19 que possam vir a ser implementadas, o secretário de Estado remeteu para a conferência de imprensa que será dada na sexta-feira pela ministra da Saúde.
“Agora o que sabemos claramente é que o número de casos tem vindo a aumentar, embora a incidência de doença seja bastante mais baixa, também pela capacidade que tivemos de vacinar a população portuguesa e pela adesão a essa mesma vacinação”, afirmou.
No entanto, lembrou que “este é o segundo dia consecutivo com 5.000 casos, algo que não acontecia desde fevereiro”.
“Há claramente aqui uma evolução significativa de casos, estamos preparados e a preparar todo o Serviço Nacional de Saúde para o impacto de um aumento significativo do número de casos, mas sabemos, como sabemos desde sempre, que a melhor forma de controlar é efetivamente através dos comportamentos individuais. A utilização de máscara, a lavagem de mãos, a diminuição de contactos sociais é sempre a resposta mais eficaz”, salientou.
Relativamente aos hospitais, Diogo Serras Lopes disse que ainda se está “bastante longe” das linhas vermelhas definidas nas últimas ondas da pandemia.
“Os hospitais estão a níveis bastante aceitáveis de utilização, sabemos também que o inverno é particularmente um inverno desconfinado, como este está a ser face ao ano passado, são sempre alturas de pressão nos hospitais, mas não registamos qualquer pico anormal de pressão face aquilo que costuma ser o mês de dezembro”, frisou.
O governante adiantou ainda que os hospitais estão a preparar-se para “poderem responder a picos de procura maiores”.
“Não sabemos se poderão surgir da pandemia covid-19, mas também não sabemos se poderão surgir da gripe que acontece quase todos os anos"”, referiu.
O secretário de Estado lembrou que “é política do Ministério da Saúde que os hospitais estejam preparados e tenham as suas estruturas preparadas para poder aumentar o número de camas caso elas venham a ser necessária”.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.717 pessoas e foram contabilizados 1.211.130 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 77 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
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