André Ventura caminhava pelas ruas de Odemira, pelas 11h55, já depois de ter falado aos jornalistas, quando se sentiu mal. O presidente do Chega colocou a mão no peito, depois no pescoço e ia caindo, tendo sido amparado pelos seus seguranças.

"Ai o meu coração", disse mesmo André Ventura quando se começou a sentir mal. Tentou prosseguir a caminhada, mas acabou por não conseguir.

O líder do partido foi depois colocado no seu carro pelos seus seguranças, esperando pela chegada do INEM, que não demorou muito a chegar ao local. André Ventura foi assistido no local durante alguns minutos, tendo sido depois transportado para uma unidade de saúde de Odemira, por volta das 12h20.

Ventura foi depois transferido para o hospital de Santiago do Cacém, onde chegou de maca, para fazer mais exames. O percurso é feito na única ambulância que o INEM tem em Odemira para situações cardíacas.

Depois de ter feito exames no Hospital de Santiago do Cacém, Ventura é encaminhado para o hospital de Setúbal para fazer um cateterismo, um “exame em que se vai observar se tem lesões a nível das artérias no coração” explicou Armindo Ribeiro, diretor do Serviço de Urgências,

Armindo Ribeiro, diretor do Serviço de Urgência do Hospital do Litoral Alentejano (HLA), unidade na qual André Ventura deu hoje entrada depois de se sentir mal em Odemira, Beja, afiançou aos jornalistas que o líder partidário "está estável".

A transferência do líder partidário foi concretizada às 16h43, cerca de duas horas depois de ter dado entrada no HLA, transportado numa ambulância dos Bombeiros Mistos de Santiago do Cacém, acompanhada por veículos do partido e da GNR.

Entretanto, o próprio André Ventura publicou na rede social X uma foto de si mesmo no interior do HLA, antes de sair daquela unidade hospitalar.

De acordo com os esclarecimentos de Armindo Ribeiro aos jornalistas, o líder do Chega realizou no hospital alentejano, no distrito de Setúbal, "os exames normais para a situação de dor torácica", mas os resultados, "foram todos negativos".

Só que, "por precaução", foi decidida a sua transferência do Hospital de São Bernardo, em Setúbal, para efetuar um cateterismo.

"Sei que ontem foi descartado um enfarte agudo do miocárdio. Contudo, sendo um segundo episódio, optámos por contactar o hospital de Setúbal e ele irá fazer um cateterismo", sublinhou Armindo Ribeiro.

Trata-se de um procedimento médico utilizado para diagnosticar e tratar problemas no coração e vasos sanguíneos que envolve a inserção de um cateter num vaso sanguíneo e que é guiado até ao coração.

"Um cateterismo é, nada mais nada menos, do que um exame em que se vai observar se [o doente] tem lesões a nível das artérias coronárias, ou seja, das artérias que estão no coração", explicou o diretor do Serviço de Urgência.

O HLA não possui serviço de Cardiologia, apenas consulta desta especialidade e, por isso, o Hospital de São Bernardo é a unidade hospitalar para onde são mandados os "doentes com a mesma suspeita que o deputado André Ventura" ou quando são necessários exames mais especializados, indicou o diretor de serviço.

O presidente do partido Chega, acrescentou, seguiu de ambulância, acompanhado de um médico e enfermeiro, referiu o mesmo responsável.

Recorde-se que o político sentiu-se mal, pela primeira vez, na última terça-feira, tendo acabado por pernoitar no Hospital de Faro. Na manhã de quarta-feira, contudo, foi dada alta hospitalar ao líder do Chega, dado que os resultados dos exames de despiste estavam normais.

Antes da indisposição, nas declarações que prestou aos jornalistas André Ventura tinha justificado com razões de segurança o tratamento que teve no Hospital de Faro, onde esteve internado após ter-se sentido mal durante um jantar comício no Algarve na terça-feira à noite.

"Eu entrei pelo INEM, que foi chamado, pelos bombeiros e puseram-me numa sala com segurança à porta", disse André Ventura, à chegada a uma arruada em Odemira, distrito de Beja, no penúltimo dia de campanha eleitoral.

"Portanto, o hospital só tinha duas hipóteses: ou eu ficava com segurança e com polícia, ou deixavam-me matar. Foi isso que aconteceu", disse.

Ventura recusou ter tido um tratamento diferenciado e qualquer paralelismo com uma situação de atendimento no Hospital de Santa Maria do primeiro-ministro, Luís Montenegro, que foi criticada pelo Chega.