Até ao momento, aqueles profissionais ainda não receberam qualquer informação além de não terem sido tomadas quaisquer “medidas que possam proteger aqueles profissionais face a exposição constante a passageiros”, lê-se no mesmo texto.

O sindicato denuncia ainda que, até ao momento, as viaturas não tiveram qualquer reforço de limpeza nem de desinfeção, nem foi suspensa totalmente a venda de títulos de transporte nos veículos, de forma a evitar "o eventual contágio através do manuseamento de dinheiro entre tripulante e passageiro".

Neste caso, apenas a Carris, em Lisboa, e a Sociedae de Transportes Coletivos do Porto (STCP) suspenderam a venda de bilhetes a bordo, referem.

O sindicato diz ainda que não foi criada qualquer barreira física de modo a impedir a aproximação de pessoas aos motoristas, salvo no caso da STCP e por empresas do Grupo Transdev.

Segundo o sindicato, os motoristas também não receberam qualquer orientação para utilizarem apenas as portas traseiras dos autocarros, exceto os da STCP.

Para o sindicato, apesar das indicações do Governo e do próprio Presidente da República, há a sensação de que estão a ser tomadas “medidas avulsas e sem correspondência entre elas".

Para a organização sindical, era expectável que fossem proibidos ou mitigados certos contactos, nomeadamente através da “vida noturna”, além de que deviam ser dadas “indicações inequívocas e com caráter impositivo” à população por forma a que esta se mantivesse de quarentena.

“Temos agora um país a correr contra o prejuízo por não termos governantes que tenham aprendido alguma coisa com as pandemias anteriores e temos uma população que se sente desprotegia e sem saber o que deve efetivamente de fazer”, lê-se no mesmo comunicado.

“O SNM espera que este 'grito de alerta' seja o suficiente para que certas medidas que se consideram urgentes sejam implementadas imediatamente”, conclui o texto.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de COVID-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.500 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ultrapassou as 143 mil pessoas, com casos registados em mais de 135 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 169 casos confirmados.