Lina Vicente, coordenadora do projeto de Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE) – onde estão integrados 140 professores portugueses – explicou que a situação dos professores nos vários municípios do país está a ser avaliada em permanência.

“Estamos em diálogo permanente com o Ministério da Educação em Portugal e com o Ministério da Educação em Timor-Leste, bem como com a Embaixada de Portugal em Díli e vamos analisar caso a caso e tomando as decisões conforme a situação evolui”, referiu.

Apesar do Ministério da Educação timorense ter decretado hoje uma interrupção letiva de, pelo menos, uma semana, o que abrange as escolas CAFE, os professores portugueses vão ficar nos municípios.

As únicas exceções, explicou Vicente, ocorreram para já na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e em Baucau, segunda cidade timorense, onde os professores destacados foram ordenados a viajara para Díli, onde já se encontram.

No caso de Oecusse, a decisão, explicou, pretendeu evitar que a movimentação dos professores no enclave ficasse condicionada pelo fecho das fronteiras que acabou por ser anunciado pelas autoridades de Timor Ocidental, a metade indonésia da ilha.

No caso dos 11 professores destacados na segunda cidade do país, Baucau, o embaixador de Portugal em Díli, José Pedro Machado Vieira, ordenou a sua transferência para Díli depois de relatos de alguns docentes que mostraram sinais de alguma insegurança.

Parte da insegurança deveu-se a um conjunto de notícias falsas e rumores que circularam esta semana que tentaram relacionar o primeiro caso confirmado e um outro caso suspeito com Baucau.

Lina Vicente rejeitou acusações veiculadas por alguns professores, de que se sentiam abandonados explicando que, até ao momento, apenas uma docente escreveu à Embaixada informando que pretendia ser repatriada.

“É mentira que estejam abandonados. Estamos em coordenação, estamos preocupados com as pessoas, a situação está a ser analisada em permanência e as orientações vão sendo dados nesse âmbito”, afirmou.

Para já, explicou, nos restantes municípios onde ainda há docentes – em alguns casos são os únicos cidadãos estrangeiros em permanência – as instruções para já são de permanecer em suas casas, preparando materiais para trabalhar depois com docentes timorenses.

A situação, explicou, poderá mudar e serão dadas instruções oportunamente, sendo que “cada município é um município, com as suas particularidades”, que incluem questões como o grau de isolamento, a dificuldade de acesso ou a proximidade à capital.

Nos últimos dias vários professores portugueses contactaram a Lusa manifestando preocupação pela situação que se vive em Timor-Leste, onde se confirmou o primeiro caso de Covid-19 na sexta-feira.

Tanto residentes portugueses como de outras nacionalidades têm reportado à Lusa nos últimos dias, pequenos incidentes de insultos que tentam relacionar a Covid-19 com cidadãos estrangeiros.

Não houve, até agora, qualquer incidente com gravidade relacionado com a situação da Covid-19 em Timor-Leste exceto protestos de comunidades locais onde as autoridades timorenses pretendem instalar centros de quarentena ou isolamento.

Um dos protestos ocorreu hoje nas imediações de um hotel na zona leste na cidade que começou depois de serem divulgadas fotos nas redes sociais que apontam a possibilidade do local ser usado como espaço de quarentena.

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