Mourão, que hoje regressou ao trabalho após 12 dias de isolamento devido à covid-19, tendo sofrido sintomas ligeiros, foi questionado pelos jornalistas se tomará alguma vacina contra o novo coronavírus. O governante declarou que sim, mas que não passará à frente na fila de vacinação.

“Dentro da minha vez. Eu sou o grupo 2, de acordo com o planeamento. Não vou furar a fila, a não ser que seja propagandístico”, afirmou Mourão.

O vice-presidente brasileiro mostra assim uma posição oposta à do Presidente do país, Jair Bolsonaro, que declarou publicamente, mais que uma vez, que não tomará a vacina contra o novo coronavírus porque já teve a doença no ano passado e considera estar imunizado, embora existam casos relatados de reinfeção no país.

Mourão, porém, justificou a sua decisão de tomar a vacina mesmo já tendo sido infetado pelo novo coronavírus, SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, afirmando que a vacinação é uma obrigação coletiva.

“Acho que a vacina é para o país como um todo, uma questão coletiva, não é individual. O indivíduo, aqui, está subordinado ao coletivo neste caso”, disse o vice-presidente brasileiro.

Apesar de mais de 50 países no mundo, incluindo vários da América Latina, como Argentina, Chile, México e Costa Rica, já terem iniciado campanhas de vacinação contra o novo coronavírus, o Brasil ainda não definiu uma data para o arranque da imunização da população.

Além disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), órgão regulador do país, só recebeu na última sexta-feira dois pedidos de uso de emergência da vacina chinesa Coronavac e a da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford.

O Governo brasileiro já elaborou um plano de vacinação que pode começar, na melhor das hipóteses, no dia 20 de janeiro, segundo explicou o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, na semana passada.

O Brasil registou 469 novas mortes por covid-19 nas no domingo, totalizando 203,1 mil óbitos, informou o Ministério da Saúde.

Segundo o último boletim do Governo brasileiro, o país, um dos mais afetados no mundo pela crise sanitária do novo coronavírus, também registou 29.792 novas infeções e já acumula 8.105.790 casos da doença desde 26 de fevereiro.