Em comunicado, a operadora informou ter “alcançado um acordo sobre as valorizações remuneratórias intercalares com todos os sindicatos (15), à exceção do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI)”.
A transportadora ferroviária defendeu que “este consenso é uma prova da equidade e do compromisso da CP em valorizar todos os seus trabalhadores, bem como do trabalho desempenhado pelos sindicatos na representação dos seus associados”.
A CP recordou que, tendo em conta este acordo, “dois dos três sindicatos que haviam emitido um pré-aviso de greve para o dia de hoje, desconvocaram a greve”, acrescentando que “esta atitude responsável é um claro indicador da capacidade de diálogo e entendimento entre a CP e as estruturas sindicais, no interesse de todos: trabalhadores, empresa e passageiros”.
A CP lamentou que “o SFRCI seja o único sindicato a não chegar a um consenso com a empresa”, destacando que isso “determinará aumentos inferiores para os seus associados comparativamente com os trabalhadores abrangidos por outros acordos de empresa”.
“A CP continua, todavia, na disponibilidade de assinar o acordo com o SFRCI, sem, contudo, pôr em causa a equidade na distribuição do plafond de que dispõe”, concluiu.
Os sindicatos da CP que convocaram greve para hoje dividiram-se depois de uma reunião com o secretário de Estado das Infraestruturas, Frederico Francisco, tendo o SNTSF/Fectrans decidido desconvocar a paralisação e o SFRCI optado por manter.
Em declarações à Lusa na terça-feira, José Manuel Oliveira, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), adiantou que a organização e o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) decidiram desconvocar a greve depois da reunião com o governante.
O sindicalista apontou um “conjunto de algumas garantias transmitidas pelo secretário de Estado” e um acordo com a CP, indicando que irão “continuar um processo de negociação”.
Este acordo traduz-se num aumento intercalar de 50 euros por mês, indicou.
Por sua vez, Luís Bravo, do SFRCI, disse à Lusa que a estrutura mantinha a greve, tendo hoje já levado à supressão de vários comboios.
“Fomos afetados com a questão da retirada dos revisores das marchas, vamos perder postos de trabalho e estamos a ser, na distribuição do aumento complementar, discriminados face a outros trabalhadores”, lamentou.
Referindo-se à decisão do Estado de conceder um aumento intercalar de 1%, Luís Bravo disse que a CP, com a “urgência do acordo com o sindicato dos maquinistas”, acabou por “absorver grande parte desse orçamento”, ficando os outros trabalhadores “muitos lesados”.
“Há esta falta de equidade que está a gerar desigualdades incompreensíveis. E põe em causa os nossos postos de trabalho”, disse, indicando que “o secretário de Estado ouviu, está a avaliar as questões”, mas não deu ainda resposta.
O dirigente sindical, em declarações já esta manhã, disse que “nos revisores a adesão à greve é de 100%, estando apenas a ser cumpridos os serviços mínimos. No que diz respeito às bilheteiras, os dados apontam para 90% encerradas em todo o país”.
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