A Infraestruturas de Portugal (IP) anunciou que a Linha do Douro vai ficar interrompida a partir segunda-feira e durante três meses, entre Caíde e Marco de Canaveses, para proceder a obras de modernização da ferrovia.

Durante esse período, a CP vai garantir transbordo rodoviário aos passageiros entre aquelas duas estações e assegurar a ligação ao troço de que continuará aberto, entre Marco de Canaveses, Peso da Régua e Pocinho.

Em consequência das obras, a CP já tinha informado que iria proceder à supressão de comboios, originando críticas e protestos por parte de utentes e autarcas dos concelhos servidos.

Hoje, na estação de São Bento, no Porto, decorreu uma reunião entre o secretário de Estado do Planeamento e Infraestruturas, a CP, a IP e as autarquias de Alijó, Baião, Carrazeda de Ansiães, Mesão Frio, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa.

Durante a reunião, a CP garantiu “aos autarcas presentes que, após a reabertura da linha, serão repostos a oferta e os horários atualmente em vigor”, segundo informou em comunicado.

A empresa disse ainda que, no troço de Marco de Canaveses ao Pocinho, que ficará isolado da restante rede ferroviária durante o período em que decorrem as obras, as ligações serão realizadas em comboios formados por locomotiva e carruagens, utilizando material que ao longo dos últimos dois anos já circulou na Linha do Douro, nomeadamente no comboio Miradouro.

“Foi assumido entre todos os presentes o compromisso de manter o diálogo, ao longo de todo este período, para monitorizar, em permanência, as eventuais necessidades de ajustamentos à solução de mobilidade implementada”, salientou a empresa.

O presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado, disse à agência Lusa que foi encontrado um modelo que "tenta minimizar o impacto negativo que as obras têm" e que tenta garantir “que as pessoas chegam ao emprego e a casa a horas razoáveis”.

Luís Machado referiu que, durante o período de obras, “os horários são dinâmicos, ou seja, as autarquias podem propor a alteração de um ou outro horário em função dos interesses dos seus munícipes”.

De acordo com o autarca, se for necessário, "também será complementada a oferta pela rodovia".

“Ou seja, se houver algumas localidades que não fiquem suficientemente servidas pela ferrovia neste novo horário, a CP compromete-se a complementar com horários rodoviários. Sendo certo é que, havendo obras, há sempre constrangimentos para todos”, explicou o presidente da câmara.

Luís Machado destacou ainda a garantia, por parte da CP, de que, no final das obras, vai “ser reposta a mesma frequência e o mesmo material circulante”.